Paraná

BATALHA IDEOLÓGICA

Debate sobre “Dia do conservadorismo” deve ir ao plenário da Câmara Municipal

Pastor Marciano Alves é autor de proposta. Giorgia Prates vê risco de violações contra direitos humanos

Curitiba (PR) |
A vereadora foi categórica em apontar o receio de que a data em calendário oficial gere possíveis violações a uma visão plural da sociedade - Rodrigo Fonseca

Em debate ideológico polarizado,ontem (30), a maioria da Comissão de Direitos Humanos, Defesa da Cidadania, Segurança Pública e Minorias da Câmara de Curitiba deu parecer favorável à proposta que institui o Dia do Conservadorismo em Curitiba no calendário oficial da cidade. O assunto está pronto para ir a votação em plenário.

Na comissão, a relatoria ficou a cargo de Giorgia Prates – Mandata Preta (PT), presidenta da comissão, que apresentou voto de rejeição à matéria.

A vereadora foi categórica em apontar o receio de que a data em calendário oficial gere possíveis violações a uma visão plural da sociedade, podendo incitar agressões e violência contra grupos que justamente podem ser alvos de ação conservadora. “A legítima existência do conservadorismo não pode ameaçar as garantias legais e nem discriminar”, afirmou a vereadora.

A iniciativa da matéria é do Pastor Marciano Alves (Republicanos). De acordo com o site da Câmara Municipal, o vereador aponta que o conservadorismo deseja garantir a preservação de instituições, de formações sociais e de familiares tradicionais.

Em momento no qual, no país e no mundo, de grave crise econômica, o debate central é sobre como alavancar investimentos em produção, superando o desemprego e contornando a crise ambiental, econômica e política, no entanto, o autor da matéria está preocupado com a preservação de valores. Questiona-se também se a data não pode aumentar ainda mais o contexto de ascensão das ideias de extrema direita, no Brasil, e noutros países.

O parecer contrário de Giorgia Prates não foi aprovado porque prevaleceu o voto em separado de Márcio Barros (PSD), que na reunião anterior do colegiado pediu vista à matéria. Entre os integrantes da comissão, Sargento Tânia Guerreiro (União) foi favorável à proposta. Enquanto, além de Giorgia Prates, também foi contrário Dalton Borba (PDT).

As reuniões ordinárias da Comissão são quinzenais, às terças-feiras.

 

Edição: Pedro Carrano