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CANCIONEIRO POPULAR. A treta trina e troa

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Itamar Assumpção, Neusa Pinheiro e Arrigo Barnabé durante apresentação no Festival 79 de Música Popular (TV Tupi), 1979. - Foto: L. Gevaerd - itamarassumpcao.com
Esse ritmo do “tundun” não se limita aos tambores, vários artistas desenvolveram também nas cordas

O ritmo sincopado é a essência africana mais concreta que temos na cultura brasileira.

A batida do tambor vem de base no ritmo do coração. E é precisamente por isso que, quando o tambor toca, seja no samba de roda ou no terreiro de candomblé, nenhuma pessoa fica parada.

Esse ritmo do “tundun” não se limita aos tambores, vários artistas desenvolveram nos instrumentos de cordas formas de sincopar o ritmo.

Seguindo nossa série de desfiar a obra musical de Itamar Assumpção, vamos ao estudo de caso musical. E você? Já abriu o seu player de musica? A faixa dessa vez será Tristes Trópicos, no álbum Bicho de Sete Cabeças vol. II (1993).

Música curta em que Itamar coloca para sincopar, além do tambor, o piano. No violão, tem um arranjo de quatro notas e se segue o “tudududum” para cantar uma letra crítica – o que é bem comum na obra do autor.

“O trópico tropica, emaranhado no trambique”, essa faixa nos pega na alma anticolonial que desnuda o “tratado intrincado” entre Portugal e Espanha dividindo a suposta Índia, na verdade histórica era (e é) o Pindorama.

Até a próxima e não se esqueça: ouvir música, além de liberar endorfina, ensina. Organiza e resiste.

Edição: Pedro Carrano