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Estudantes fazem ato pela revogação do Novo Ensino Médio em frente ao MEC

Segundo ato nacional de mobilização reuniu alunos de várias regiões administrativas do DF

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Estudantes de escolas públicas se sentem prejudicados com mudança curricular implementada pela lei 13.415 de 2017 - Brasil de Fato DF

Com o objetivo de pressionar pela revogação do Novo Ensino Médio, a União Brasileira das/dos Estudantes Secundaristas (Ubes) realizou um ato na manhã desta quarta-feira (19) em frente à sede do Ministério da Educação (MEC) em Brasília.

Atos como este ocorreram em todo país também pedindo paz nas escolas, tendo em vista os recentes episódios de violências registrados. Além dos secundaristas, também participaram professores, universitários e militantes de outros movimentos sociais.

Desde sua promulgação, com a Lei 13.415 de 2017, a proposta do Novo Ensino Médio é criticada por estudantes, professores e especialistas em educação. Após muita pressão dos movimentos sociais, o governo federal, por meio de uma portaria do MEC publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 5 de abril, suspendeu o calendário de implementação do Novo Ensino Médio por um prazo de 60 dias. Já revogação da proposta depende do Congresso, visto que ela foi implementada por lei aprovada na Câmara e no Senado.

Durante o ato, o presidente do Grêmio CED 01 do Itapoã, Andrey Nascimento, destacou que a luta dos estudantes secundaristas contra o Novo Ensino Médio vem desde sua aprovação em 2017. “É um projeto político muito bem arquitetado para precarizar a nossa educação, para que nós saiamos do ensino médio sem uma formação”.

Segundo Andrey, as novas diretrizes tiraram a possibilidade dos estudantes de escola publica terem o acesso ao básico de disciplinas como filosofia e sociologia. “Precisamos que as escolas publicas sejam fortalecidas e não cada vez mais sucateadas”, acrescentou o secundarista.

Já a presidente do Grêmio Elefante Branco, Luíza Duran, destacou que a lógica do Novo Ensino Médio é aumentar as diferenças entre escolas públicas e privadas com o objetivo de impedir que os mais pobres tenham acesso à educação de qualidade. “Os mais pobres que já não tinham acesso à educação básica, agora têm menos ainda”, afirmou Luíza em frente ao Ministério da Educação.

“A gente está aqui pra mostrar que estudante não tem que ser silenciado. Revoguem o Novo Ensino Médio!”, declarou a estudante da rede pública do DF.

Paz nas escolas

A presidente nacional da Ubes, Jade Beatriz, esteve presente no ato de Brasília para cobrar a revogação do Novo Ensino Médio e falou sobre a necessidade de paz nas escolas, sem a presença de militares.

“Hoje também é um dia de pedir paz nas escolas, nós não aguentamos mais ataques e atentados, violência dentro das salas de aula”, disse Jade, acrescentando que “policiamento dentro das escolas não é a resposta. Não se combate violência com mais violência. Nós queremos livros, tecnologia e não queremos armas”.


Jade Beatriz também falou sobre a necessidade de paz nas escolas, sem a presença de militares / Ubes/Divulgação

Professores e estudantes universitários também estiveram presentes no ato pela revogação do Novo Ensino Médio

“Hoje estamos estão nas ruas é porque queremos um projeto de educação que de fato corresponda a necessidade do nosso povo em relação e só a suspensão não interrompe um processo impede que estudantes de escolas públicas cheguem nas universidades”, defendeu Sofia Cartaxo, coordenadora do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade de Brasília.

Após os atos, uma comissão de estudantes foi recebida por representantes do Ministério da Educação para falar sobre a reivindicação e discutir o tema.

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Edição: Flávia Quirino