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Educação

Contra violência, Governo do PR anuncia militarização de mais escolas; Sindicato é contra

A APP-Sindicato se colocou à disposição para trabalhar junto às autoridades e construir soluções realmente efetivas

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Segundo os representantes dos professores, não há notícias de qualquer resultado positivo do modelo cívico militar - APP Sindicato

Em meio à onda de pânico instaurada na sociedade civil, o governo Ratinho Junior anunciou, na manhã desta quinta-feira (13), uma série de medidas para combater a violência nas escolas. Entre as providências, está a ampliação do programa Cívico-Militar para 400 instituições. Diante do anúncio, a diretoria da APP Sindicato, contestou as medidas, considerando que as mesmas já não trouxeram resultados positivos e sugerem

Segundo os representantes dos professores, não há notícias de qualquer resultado positivo do modelo cívico militar , já implantado em 206 escolas do Paraná. Pelo contrário, até aqui a militarização notabilizou-se por lamentáveis episódios de exclusão e violências contra menores.

Em nota a APP Sindicato destaca que a militarização das escolas só agrava o problema da violência. “Como demonstram fartas pesquisas realizadas nos Estados Unidos, que há décadas aposta em remédios semelhantes e só vê aumentar episódios de massacres, colocar policiais na porta ou dentro da escola não soluciona o problema e pode agravá-lo. Ademais, o foco em escolas de periferia denota que o projeto tem outra finalidade, uma vez que não há relação entre os ataques recentes – registrados em instituições públicas e privadas – e a vulnerabilidade das comunidades escolares,” diz.

Os representantes do sindicato dizem entender  a gravidade da situação e sugerem outras medidas. “Entendemos que a gravidade da situação exige medidas imediatas. É necessário coibir e evitar novos ataques às escolas, assim, se faz urgente: o uso de inteligência para o diagnóstico, prevenção e ação; a ampliação da patrulha escolar e do efetivo de segurança disponível para atender as comunidades escolares, quando acionados; o reforço das medidas de segurança no entorno das escolas; iniciativas de apoio psicossocial à comunidade escolar.” 

E, defendem ainda que a insegurança que toma conta das escolas se deve ao sucateamento
da rede estadual. “A extinção do quadro de funcionários e a subsequente terceirização deixou escolas sem profissionais que exerciam um papel fundamental no controle de acesso, reconhecimento dos estudantes que circulam no espaço escolar e mesmo na resolução de conflitos.,” diz a nota.

 


Ações anunciadas pelo governo:

1. Treinamento avançado em segurança escolar
2. Policiamento escolar (5.600 policiais em 2.200 escolas, em turnos)
3. Viaturas que não estiverem em atendimento ficarão preferencialmente em frente às escolas
4. Acionamento do botão de segurança por aplicativo via RCO
5. Programa Olho Vivo: videomonitoramento em 200 escolas
6. R$ 20 milhões: recursos para investimento em sistemas de segurança
7. Bem Cuidar: aplicativo com atendimento psicológico gratuito passará a atender estudantes
8. Contratação de psicólogos para atendimento à comunidade escolar
9. Ampliação das escolas cívico-militares, de 206 para 400
10. Criação do Comitê Intersetorial de Prevenção e Monitoramento

 

Edição: Ana Carolina Caldas