Bahia

Despejos

Acampamentos do MST sofrem despejos no Recôncavo e Chapada Diamantina

Quase 200 famílias foram retiradas de áreas onde já havia produção de alimentos agroecológicos em curso

Salvador |
Barracos e plantações foram destruídos nas duas ações de despejo em diferentes municípios da Bahia - Coletivo de Comunicação MST-BA

Na última quarta-feira (05), cerca de 195 famílias sem terra foram despejadas de dois acampamentos nos municípios de Conceição de Almeida, no Recôncavo, e Jaquaquara, na Chapada Diamantina. Em ambos os casos, as plantações de alimentos agroecológicos foram destruídas durante as ações de despejo.

Em Conceição do Almeida (BA), cerca de 35 famílias do acampamento Ana Primavesi receberam uma ordem de despejo emitida pela comarca local, se retiraram da área e montaram um acampamento improvisado à beira da estrada, em local próximo. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) afirma que esse despejo foi a medida final de uma série de ameaças e intimidações que os acampados e acampadas vinham recebendo desde a ocupação da área em maio de 2021.


Famílias sem terra montaram acampamentos improvisados em locais próximos às áreas de despejo / Coletivo de Comunicação MST-BA

Já em Jaguaquara (BA), no acampamento Osmar Azevedo, cerca de 160 famílias foram surpreendidas por policiais militares e máquinas retroescavadeiras, que adentraram a área, derrubaram os barracos onde as famílias estavam morando e destruíram as produções de alimento. De acordo com as famílias sem terra, a polícia teria inclusive utilizado balas de borracha contra as pessoas que tentavam impedir a derrubada dos barracos e destruição das plantações.

As duas fazendas ocupadas pertencem à Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrário (EBDA). Em Conceição do Almeida, a área foi cedida à Secretaria de Administração do Estado da Bahia e, posteriormente, ao município. O objetivo era implementar um polo industrial, mas o terreno encontrava-se abandonado há pelo menos 10 anos e servia para descarte de entulho e lixo.

Com informações do Coletivo de Comunicação do MST.

Edição: Gabriela Amorim