Paraná

Entrevista

“Capacidade de investimento da Itaipu pode contribuir com políticas sociais", diz novo diretor

Após análise de vários nomes, presidente Lula escolheu o deputado federal Enio Verri para assumir gestão da hidrelétrica

Curitiba (PR) |
Novo diretor da Itaipu concedeu entrevista ao Brasil de Fato Paraná - Reprodução Facebook

Está prevista para depois do carnaval a posse do novo diretor da Itaipu Binacional, o deputado federal do PT/PR, Enio Verri. O evento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Foz de Iguaçu.

O deputado, que assumiu novo mandato na Câmara Federal, foi escolhido pelo próprio presidente, no dia 26 de janeiro. Verri é economista e professor, formado em Economia pela Universidade Estadual de Maringá, é doutor em Integração da América Latina pela USP (Universidade de São Paulo), foi Secretário de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná no Governo Requião, além de ter sido eleito uma vez deputado estadual e duas vezes federal.

Em entrevista do Brasil de Fato Paraná, Enio Verri falou sobre os novos desafios à frente da maior hidrelétrica do país. Confira a entrevista:

Brasil de Fato Paraná: Como você recebeu o convite do presidente Lula para assumir a direção da Itaipu Binacional?

Enio Verri: Foi uma grande honra. O presidente me chamou, disse que foram apresentados vários nomes e que o meu nome preenchia mais os requisitos daquilo que ele espera. Confesso que fiquei surpreso, porque não estava esperando e vi o seu convite como um desafio.

Dirigir a Itaipu, você está falando em dirigir a segunda maior usina hidrelétrica do mundo, a maior do Brasil, com uma capacidade de investimento bastante grande e, consequentemente, capaz de contribuir com grandes transformações.

É como seu eu estivesse multiplicando meu mandato de deputado federal por cinco, seis e, por isso, não recusaria este convite vindo do presidente Lula.

Quais os principais desafios para a Itaipu após um governo de retrocessos como foi a era Bolsonaro?

Podíamos dividir essa pergunta em duas partes: a primeira é continuar com os serviços prestados com qualidade que a Itaipu sempre fez com muita competência, com a preocupação com o meio ambiente. Ou seja, uma Itaipu cada vez mais produtiva, cada vez mais apostando na inovação tecnológica, da ciência e da produção de energia.

A segunda é que a Itaipu tem recursos para investir no Paraná e também no Paraguai. Com isso, nosso projeto é levantar os principais problemas federais e ajudá-los com esses recursos.

Diante desta retomada que Lula propõe para o crescimento do país, qual o seu papel junto a este objetivo?

Como eu já citei, a Itaipu sempre teve um papel estratégico, mas talvez até ainda desconhecido. Até porque considero que até hoje houve mais investimentos na Região Oeste e nos municípios lindeiros, ao redor de onde ela foi construída. A capacidade de investimento da Itaipu poderá contribuir com políticas sociais.

Acontece que agora podemos pensar em investimento em todo o estado do Paraná e estar presente nas políticas de desenvolvimento econômico e social para a população paranaense, como, por exemplo, na agricultura familiar, nas políticas sociais, nas universidades e também nas políticas que envolvam inovação tecnológica.

A Itaipu será um grande instrumento estratégico que vai somar os investimentos dos governos estadual e federal e multiplicar a capacidade do nosso Estado.

Edição: Lia Bianchini