Paraná

Despejo

PM cerca ocupação Povo Sem Medo para forçar despejo, em Curitiba

Policiais estão no local desde as 6h; imprensa, advogados e os próprios moradores foram impedidos de entrar

Curitiba (PR) |
PM realiza despejo forçado na ocupação Povo Sem Medo, em Curitiba, nesta terça (10) - Foto: MTST Paraná

A ocupação Povo Sem Medo, no bairro Tatuquara, em Curitiba, amanheceu cercada pela Polícia Militar do Paraná com ordem de forçar o despejo, nesta terça (10). Segundo a organização da ocupação, o cumprimento da ordem teve início sem que fosse apresentado plano de realocação dos assentados e sem acompanhamento dos órgãos de assistência social obrigatórios.

Organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a ocupação existe desde 2021. Num primeiro momento, o comando do operativo da Polícia Militar não permitiu a entrada de jornalistas nem da advogada da articulação Despejo Zero, solicitada pelo movimento.

O Brasil de Fato Paraná acompanha o despejo desde o início desta manhã. A reportagem conversou com o major presente no local, questionando a proibição de entrada da imprensa. A justificativa foi relacionada à garantia da segurança dos jornalistas. Questionado se haveria, então, plano de despejo violento, o major afirmou "não depende de mim, depende dos outros atores."

Sobre o plano de realocação, o major informou que as pessoas que "tem local para ir estão sendo encaminhadas e aquelas que não tem serão encaminhadas para abrigo". A reportagem perguntou se havia garantia de que nenhuma pessoa ficaria desabrigada, ao que o major respondeu não ter como garantir.

Morador ouvido pelo Brasil de Fato Paraná, Antoniel Santos Silva relatou que também estava sendo impedido de entrar na ocupação. "Os policiais não me deixam entrar, retirar meus pertences do local. Minha esposa está lá sozinha com minha filha de um ano", contou Silva, que veio do Piauí, trabalha com transporte em Pinhais e mora na ocupação por não ter como pagar aluguel.

Após horas de negativa, a PM liberou, gradativamente, a entrada de advogados e jornalistas. O Brasil de Fato Paraná segue acompanhando o caso no local.

Edição: Pedro Carrano e Lia Bianchini