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Alcoólicos Anônimos promovem maratonas de reuniões no Natal e Ano Novo

São esperadas mais de 10 mil participações nas 28 reuniões durante os festejos de final de ano

Brasil de Fato| Porto Alegre |
Grupo de AA Cidade Baixa liderou experiencia no ano passado - Divulgação

Inspirados na  experiência  realizada no ano passado, diversos grupos de Alcoólicos Anônimos (AA)  reuniram-se para repeti-la  de uma forma mais aperfeiçoada. Neste, serão reuniões temáticas sobre o programa de Doze Passos, coordenadas por diversos grupos de São Paulo e Rio de Janeiro, que  se revezarão durante  24 horas entre os dias 24 e 25 de dezembro.

Um dos coordenadores do projeto, identificado em AA com o nome de Claudio Tamujuntu, explicou que é esperada a participarão de cerca de 10 mil companheiros. “Na Maratona AA de Primavera  foram oficialmente 1.116 participantes, sendo que muitos foram em várias reuniões. Por isso podemos estimar mais de 10 mil participações nas 28 reuniões que teremos este Natal e Ano Novo”, adiantou.

Somente no final de semana de Natal serão 14 reuniões temáticas uma para cada um dos Doze Passos de Recuperação em Alcoólicos Anônimos, uma reunião de novatos e uma reunião com veteranos para a troca de experiências. As duas últimas serão nos horários de almoço.

Um pouco de história

O primeiro grupo de AA fundado no Brasil foi o AA Rio Nucleus. Seus primeiros membros reuniam-se na casa uns dos outros, mas a partir de 1949 passaram a se reunir na sede da Associação Brasileira de Imprensa, à rua Araújo Porto Alegre , 71, no Rio de Janeiro.

O primeiro integrante era um publicitário norte-americano chamado Herb, que se transferiu para o Brasil para trabalhar em uma agência. Em 1948 Herb começou a publicar uma série de artigos no jornal O Globo. Como resultado dessa publicidade, um morador de Ingá, em Niterói (RJ), Kenneth W., pediu ajuda para seu irmão arruinado pela bebida, o contabilista e consultor de empresas Harold W., anglo-brasileiro, neto de ingleses, nascido em Santa Teresa no Rio de Janeiro. Na manhã do dia 13 de março de 1948, Herb foi visitar Harold na casa de Kenneth, onde morava de favor, e lá o esperava com a mão direita estendida, muito tremula, enquanto a mão esquerda segurava com força um copo de cachaça.

Neste encontro foi feito um acordo segundo o qual Harold tentaria parar de beber substituindo os goles de cachaça que fosse tomando por água da bica até que o copo conteve-se apenas água; conseguindo isso, que traduzisse do inglês para o português um livreto de A.A. que Herb lhe estava deixando. Então, na próxima quarta feira, 17 de março, à tarde, Harold iria a um novo encontro com Herb no salão de café na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Na data marcada Harold bebeu de manhã o que seria seu último gole e, à tarde, cumpriu o prometido, embora não tivesse traduzido o folheto inteiro; este folheto, produzido por um grupo dos EUA, seria conhecido no Brasil como “Folheto Branco”, ou “Livro Branco” pela cor da sua capa que continha a sigla “A.A.”, o título “Alcoólicos Anônimos” e o endereço “Caixa Postal 254 – Rio de Janeiro, Brasil”. Publicado em outubro de 1948, foi a primeira literatura de A.A. no Brasil.

Atualmente no Brasil são 4.545 grupos que propiciam 9.685 reuniões semanais distribuídos em todas as regiões do país. O primeiro grupo fundado em Porto Alegre foi o Grupo Sulino de AA , em 1970, e  que funciona até hoje na Igreja do Rosário. Em datas especiais como Natal, Ano Novo, Carnaval,  cujas comemorações sociais remetem ao consumo de bebidas alcoólicas, os AAs reúnem-se  para resistir a vontade de consumir.


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Edição: Marcelo Ferreira