Paraná

Copel à venda

Com apenas 13 votos contrários, deputados aprovam privatização da Copel

2º turno aconteceu em sessão extraordinária, nesta quinta (24); oposição ainda tenta reverter a votação na justiça

Curitiba (PR) |
Projeto foi aprovado sob forte manifestação contrária da população - Foto: Leonardo Costa

A proposta do Governador Ratinho Junior (PSD) de privatizar a Copel, tornando-a uma companhia de capital disperso e sem acionista controlador, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), nesta quinta-feira (24), em segundo turno de votação. O projeto de lei 493/2022 já havia sido aprovado na véspera, em primeira votação.

Deputados da oposição fizeram fortes críticas ao projeto do governo, ressaltando a falta de diálogo com a população e a falta de documentos que comprovem a necessidade de venda da companhia. Nas duas sessões, a galeria foi ocupada por centenas de manifestantes contrários à privatização.

Para o deputado Arilson Chiorato (PT), líder da oposição, a luta contra a privatização continua. “A oposição entrou com várias medidas, uma para Comissão da Bolsa de Valores (CBN) da Bovespa, uma notificação no Ministério Público Federal (MPF) e um comunicado ao Tribunal de Contas do Estado e impetrou um mandado de segurança e também uma ação popular. Tudo isso porque vamos devolver a Copel para o povo paranaense e reverter essa votação e parar essa insanidade de vender uma empresa estratégica para o desenvolvimento do estado,” disse o deputado.

O deputado Requião Filho (PT) fez um discurso na tribuna protestando contra o projeto e chamando os governistas de “cachorros amestrados” do governador. A fala contrariou os deputados da base do Governador Ratinho Jr, que chegaram a pedir que a fala fosse levada à Comissão de Ética, gerando confusão em plenário.

“Dizem que a gente não bate nos cachorros mas bate no dono. O dono, nesse caso, é o tal do Juninho que coloca à venda a Copel. O canil eu deixo aos senhores que são os cachorros amestrados. Para bom entendedor, uma palavra basta”, disse Requião Filho.

 

Edição: Lia Bianchini