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Servidores públicos de Curitiba entram em estado de greve

Ação é contra o plano de carreira dos servidores apresentado pelo prefeito Rafael Greca (DEM) à Câmara dos Vereadores

Curitiba (PR) |
Assembleia do SISMUC, nesta segunda (21), decidiu por estado de greve - Foto: Altivista

Servidores públicos de Curitiba aprovaram estado de greve na categoria, em assembleia nesta segunda (21). A decisão pretende barrar o projeto de plano de carreira enviado à Câmara de Vereadores na semana passada pelo prefeito Rafael Greca (DEM) e seu vice-prefeito, Eduardo Pimentel (PSD).

Apelidado pelos servidores de “plano de fim de carreira”, o projeto de Greca prevê alteração do plano de carreira instituído na Lei 11.000/2004 — que impacta todos os servidores e servidoras, inclusive aqueles com plano de carreira específico, como a educação e a guarda municipal.

Na avaliação do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Curitiba (Sismuc), não restará nada do atual plano de carreira (que já está congelado desde 2017 e segue até 31 de dezembro deste ano. O sindicato aponta que o novo projeto estabelece diversos entraves para o crescimento do servidor na carreira, entre eles: pedágio, a avaliação de desempenho e o aumento da concorrência. Além disso, se conseguir vencer estes obstáculos, o profissional só conseguirá crescer se houver orçamento municipal, já que o crescimento está atrelado à disponibilidade orçamentária.

Com o estado de greve, os servidores exigem a imediata anulação do plano de carreiras proposto pelo prefeito e a construção de um novo, que atenda às demandas de servidores e garanta o direito da população em acessar um serviço público de qualidade. A situação de estado de greve é um alerta, já que a qualquer momento os trabalhadores poderão deflagrar uma greve geral. 

Proposta de Greca

Conforme a proposição enviada pelo prefeito, 80% da nota para o crescimento na carreira terá como critério a avaliação de desempenho realizada pela chefia (que não possui definições claras). Além disso, o crescimento será, nos anos pares, no valor de 1% para apenas 20% dos servidores, e nos anos ímpares de 16,7% para apenas 5% dos servidores.

O projeto estipula ainda que todos ficarão submetidos a um pedágio, proibidos de participar nos próximos três procedimentos de crescimento. Com isso, o trabalhador, se conseguir o crescimento, deverá esperar oito anos para tentar um novo. O Sismuc calcula que levará 40 anos para que todo o corpo de servidores possa progredir uma vez no crescimento por qualificação.

“O Greca parece que esqueceu que um plano de carreira é o grande responsável por atrair bons profissionais para o serviço público e fazer dele a consolidação das políticas públicas que a população tanto precisa e tem direito. Um plano justo valoriza os trabalhadores e trabalhadoras, sem que os crescimentos dependam de chefias ou atos do gestor público. O prefeito, apresentando este projeto absurdo, decreta o fim das carreiras e ataca diretamente também a população”, afirma a direção do sindicato.

Edição: Lia Bianchini