Protestos foram programados em diversos países denunciando os crimes do regime de terror do Catar
Milhares de operários mortos durante as obras da copa - ao menos 6.500, comprovados, a maioria de origem asiática; repressão sistemática aos jornalistas, militantes e ativistas dos direitos humanos; a discriminação e perseguição odiosa às mulheres e população LGBT; proibição e censura de ideias, valores democráticos e dos novos direitos civis; proibição da atividade sindical, do direito de greve e condições brutalizadas de trabalho. Bem-vindo ao Catar!
Um pequeno e rico emirado governado pela Casa de Thani, desde meados do século 19, com mão de ferro e preconceitos obscurantistas, um estado medieval e brutalmente autocrático. Não é preciso maiores explicações para entender a escolha da FIFA (uma organização criminosa que regula os negócios gerados pelo futebol), que sempre foi questionada desde o início.
Protestos foram programados em diversos países denunciando os crimes do regime de terror do Catar. Como nas Olimpíadas de 1936, na Alemanha nazista, o reinado absolutista do Catar vai maquiar os aspectos mais repressivos, odiosos, e grotescos do regime. Nos próximos dias, bilhões de pessoas acompanharão as partidas, torcendo pela seleção dos seus países e ídolos. É a face mais visível e glamourosa do espetáculo -- da modalidade esportiva mais popular do planeta.
Mas, no Catar, a Copa do Mundo de Futebol já começa marcada pelo sangue e o reinado de terror.
E, mais uma vez, fica a pergunta: Copa pra quem?
Edição: Pedro Carrano