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Eleições 2022

Trabalhadores querem a volta de mais conquistas

Atendimento de reivindicações diminuiu nos governos de Temer e Bolsonaro

Curitiba (PR) |
Durante o governo de Bolsonaro, marcado pelo desemprego, o Dieese apontou o surgimento das chamadas “greves de desalento” - Foto: Giorgia Prates

Os trabalhadores nos períodos de governos do PT, principalmente entre 2003 a 2012, tiveram mais ganhos na pauta sindical e salarial. Isso também levou ao aumento no número de mobilizações, paralisações e greves por melhorias econômicas, num cenário de mais estabilidade e oferta de empregos. Os trabalhadores conquistavam e tinham o direito de buscar mais avanços.

Em 2012, por exemplo, 93% das negociações salariais tiveram aumento real, acima da inflação. Porém, já em 2015, em meio à crise e à pressão de um golpe contra o governo Dilma Rousseff, o número de conquistas passou para 63% das negociações, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Pautas defensivas

Em 2016, depois da chegada de Michel Temer ao governo, as reivindicações dos trabalhadores tornaram-se defensivas, contra a retirada de direitos. Naquele ano, 78% das paralisações na indústria privada tinham reivindicações defensivas e quase 60% denunciaram o descumprimento de direitos.

Na sequência, em 2018, de acordo com o Dieese, mais de um terço, ou 37% das mobilizações, teve como pauta o pagamento salarial em atraso. E apenas 76% das reivindicações dos trabalhadores tiveram atendimento.

No governo Bolsonaro, cai o número de greves entre 2020 e 2021, com grande salto para 95% das negociações salariais tendo caráter defensivo e de manutenção de direitos.

Greve de desalento

O alto número de greves no ano é sinal de vitalidade econômica, porque os trabalhadores sentem um ambiente econômico bom para pedir mais. Em 2010, foram 446 greves, em um cenário econômico favorável, chegando a 873 greves em 2012.

Durante o governo de Bolsonaro, marcado pelo desemprego, o Dieese apontou o surgimento das chamadas “greves de desalento”. São “mobilizações sem esperança”, resultado das terceirizações e precarizações dos serviços: “Encampadas principalmente pelos trabalhadores menos qualificados, empregados por empresas prestadoras de serviços terceirizados, exigem a regularização dos salários há meses em atraso”. 

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini