Paraná

Eleições 2022

Candidaturas coletivas propõem a pluralidade das lutas nos mandatos

BdF Eleições entrevistou candidaturas coletivas Casa das 13 Mulheres (PT), Coletivo Ekoa e Coletivo Esperançar (PSOL)

Curitiba (PR) |
Representantes de candidaturas coletivas foram entrevistados(as) pelo BDF Eleições - Reprodução internet

Diversas candidaturas progressistas para as eleições 2022 estão debatendo a coletivização de mandatos para abarcar representatividades plurais. O BdF Eleições entrevistou representantes das candidaturas coletivas do Paraná: Casa das 13 Mulheres (PT), Coletivo Ekoa (PSOL), e Coletivo Esperançar (PSOL).

Jacque Parmegiani falou em nome da Casa das 13 Mulheres, candidatura coletiva feminista a deputado federal (PT), em que compartilha a candidatura com as mulheres feministas de diversas regiões do Paraná: Malu Domingues, Carol Lopes, Jéssica Magnum, Géssica TseremeyWa, Fátima Zefa, Dienifer Farias, Dani Braz, Moema Viezzer e Renata Sembay. A candidatura é formada por mulheres negras, trans, indígenas, da comunidade LGBTQIA+.         

“A gente tem uma construção que busca fortalecer as mulheres que atuam nessas pautas e que sozinhas teriam muitas dificuldades para sair nas eleições. Estamos juntas para se fortalecer, conseguir se inserir de uma forma potente para a candidatura”, explica. “A nossa candidatura busca fortalecer mulheres para ocuparem o espaço público em diferentes etapas da vida.”

Para o coletivo, a forma de representação tradicional, personalista e competitiva, está esgarçada. “Buscamos romper com essa forma de ocupar o espaço público. Nós compomos junto com outros coletivos. Nós queríamos que mulheres em diferentes etapas da vida também participassem da política. Para a mulher é muito difícil ocupar o espaço público”, define Jacque Parmegiani.

Thiago Bagattin falou em nome do Coletivo Ekoa, candidatura coletiva a deputado federal (PSOL) formada por oito ativistas, paritário, incluindo duas candidaturas indígenas, movimento cultural, socioambiental, LGBTQIA+, mãe solo, feminista. Além de Bagattin, formam o Ekoa Jovina Renhgá, Luciano Padilha, Maria da Comunidade, Douglas Rezende, Etiene Bento, Leandro Rotänh e Vivi Facchini.

“O Coletivo Ekoa existe desde 2018 e começou a se organizar a partir de mutirões em aldeias indígenas da região de Curitiba e do litoral do Paraná, com campanhas de arrecadação, ações junto ao movimento socioambiental e participação em movimentos sindicais e da esquerda”,, explica.

Para Bagattin, o coletivo apresenta uma inovação, uma maneira diferente de lançar candidatura, de maneira horizontal, desconstruindo o personalismo, sem repetir modelos arcaicos e centralizadores. “Nosso lema é Todas as lutas, muitas as vozes. A gente não sobrepõe uma bandeira, uma luta, em detrimento das demais. Pra gente nenhuma pauta, nenhuma luta é mais importante que a outra”, afirma.

Sebastião Donizete falou sobre o Coletivo Esperançar, candidatura coletiva a deputado estadual (PSOL) formada por Luciano Palagano, Gilberto Benites, Ana Paula Temístocles, Luis Gustavo Maioles, Evaldo Bertoldi, Jeferson Kaibers, Alessandra Manhães, André Brondani, Esion Fernando e Sandro Laurenth.

Ele explica que a maioria doo grupo é de educadores ou pessoas que atuam na área da educação e que as pautas e princípios de organização buscam construir de fato um mandato que seja coletivo e garantir a participação direta ao processo eleitoral de quem não conseguiria numa candidatura solo.

“A nossa candidatura traz o nome esperançar, dialogar e estabelecer contraponto ao momento histórico que estamos vivendo. Esperançar no sentido de unir forças para a gente construir condições de construir um tempo que não seja o tempo do cansaço, que a gente está vivendo. A gente merece uma vida melhor”, define. “Nós não podemos fazer uma luta corporativa. Educação é direito humano fundamental”, diz Donizete.

Ele explica que a candidatura tem trabalho de militância muito forte em diversos setores: movimento estudantil, aldeia indígena, pessoas que fazem luta por moradia e por terra, movimento negro, movimento de mulheres, movimento LGBTQIA+, em que vários coletivos se encontram. “Nosso objetivo nesse conjunto de lutas é levar o povo, levar essas vozes, à Assembleia Legislativa do Paraná”, finaliza.

Os representantes das candidaturas também falaram sobre as organizações dos comitês populares de luta, do avanço da violência política e da necessidade de unidade para romper com o avanço do fascismo representado pelo governo Bolsonaro.

:: O BdF Eleições realiza entrevistas ao vivo com candidaturas progressistas do Paraná, todas as terças, às 11h30, com transmissão pelo Facebook e YouTube do Brasil de Fato Paraná. Assista à íntegra da entrevista sobre as candidaturas coletivas. ::

Edição: Ana Carolina Caldas