Paraná

Eleições 2022

Candidatas ao Senado defendem ação do legislativo para reconstrução nacional

BdF Eleições entrevistou as candidatas do Paraná Eneida Desiree Salgado (PDT) e Marlei Fernandes (PT)

Curitiba (PR) |
BdF Eleições acontece toda terça, às 11h30 - Reprodução/Internet

Nas eleições de 2022, está em disputa uma das três vagas ao Senado pelo Paraná, cargo com mandato de oito anos. O BdF Eleições entrevistou duas mulheres candidatas por partidos e federações progressistas: Eneida Salgado (PDT), professora licenciada de Direito Constitucional e Eleitoral pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), e Marlei Fernandes (PT), diretora licenciada da APP-Sindicato e da Confederação Nacional da Educação (CNTE), suplente na candidatura junto à Rosane Ferreira (PV) e Elza Campos (PCdoB), que formam a Federação Brasil da Esperança.

Reconstrução do Estado

Ao apresentar suas propostas, caso eleita para o mandato ao Senado, Eneida defendeu a reconstrução constitucional. “O que a gente teve nos últimos anos foi o desmonte desse projeto de Estado Social, não só na aprovação de legislação, com reformas que desfiguraram como a Constituição moldava o Estado brasileiro, como eram o alcance dos direitos sociais, a distribuição de renda, o teto de juro, o teto de gastos, mas o senado fez ainda algo que é igualmente preocupante: deixou de fiscalizar o poder executivo", apontou.

Entre suas propostas para essa reconstrução está garantir às pessoas dignidade de fato, afastando emendas que desconstruíram o arcabouço social brasileiro.

“Não há dignidade parcial na sociedade. Então nós temos que afastar essas reformas. Afastar a reforma trabalhista, o teto dos gastos, aprovar de maneira urgente uma renda mínima universal para todas as pessoas, [...] precisa de uma segurança alimentar, trabalhar a educação, recuperar o que já estava escrito lá: investimento no SUS, as universidades serem recuperadas, criação de novas universidades...e eu acredito que a gente precise também de uma reforma tributária”, disse.

Marlei também destacou a importância do papel do legislativo na reconstrução nacional. “Chegar ao Senado significa olhar o orçamento brasileiro a partir da necessidade do povo. Aprovar mais políticas públicas, como a renda universal para todos e todas, desfazer as reformas colocadas, como a reforma do ensino médio, que para nós da educação básica é uma expulsão dos nossos jovens do direito de estudar, [...] revogar essa reforma da previdência que abandonou e abandona as pessoas com mais idade. Vamos ter que também desfazer a reforma trabalhista, que formalizou a informalidade no nosso país. Lutar contra a violência que atinge as mulheres do nosso país, que a pandemia demonstrou ainda mais perversa”, afirmou.

Federalismo de fachada

Eneida também entende que o Brasil tem um "federalismo de fachada" e que é preciso ampliar as manifestações dos estados e a criação de políticas públicas próprias. Defende, para isso, a distribuição de competências entre o governo federal e os governos estaduais.

“Não dá mais para vivermos com um parlamento que é feito de pessoas que não se importam com o povo paranaense, com o povo brasileiro. O olhar social é exigido para quem vai fazer essa representação”, afirmou, dizendo que os representantes do Paraná no Senado são muito iguais e não representam as diversas vozes da população.

Mais mulheres no Senado

Marlei Fernandes apontou a desigualdade de gênero na política institucional e a necessidade de aumentar a quantidade de mulheres eleitas. “Nós somos 52% da população brasileira, nós estamos na política, nós estamos nos partidos. Precisamos de mais mulheres no congresso, na câmara, nas assembleias legislativas, no senado federal, que é majoritariamente masculino", disse.

As entrevistas do BdF Eleições são realizadas todas as terças, às 11h30, com transmissão ao vivo pelo YouTube e Facebook do Brasil de Fato Paraná. Assista à entrevista completa com Marlei Fernandes e Eneida Desiree Salgado.

Edição: Ana Carolina Caldas