Rio de Janeiro

Saúde mental

Comissão da Alerj pede inclusão de psicólogos na rede estadual de educação básica

O levantamento sobre a inclusão dos profissionais será colocado em prática pela Secretaria Estadual de Educação

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Além dos psicólogos, a comissão também solicitou à secretaria uma previsão para o preenchimento de todos os cargos de coordenação pedagógica e de orientação educacional - Giorgia Prates

A incorporação de psicólogos na rede de educação básica estadual está sendo estudada pela Comissão de Educação, da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). O levantamento sobre uma possível inclusão dos profissionais será colocado em prática pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc).

A medida foi deliberada em audiência pública realizada na última quinta-feira (11) para debater políticas públicas voltadas à saúde mental dos estudantes do estado.

Leia também: "O cenário do horror", diz militante sobre ataques do governo às políticas de saúde mental

Além dos psicólogos, a comissão também solicitou à secretaria uma previsão para o preenchimento de todos os cargos de coordenação pedagógica e de orientação educacional na rede estadual.

Na audiência, o presidente da comissão, deputado Flavio Serafini (Psol), destacou a importância das escolas na promoção de políticas públicas. 

“A escola não é só um repositório de conteúdo, é um espaço de convivência. Não temos a expectativa de que as escolas resolvam todos os problemas da sociedade, mas sendo um local onde se permanece por bastante tempo, é o lugar para trabalhar outras políticas públicas de forma intersetorial. Temos que garantir ações próprias que ajudem no enfrentamento de questões que dificultam que a escola realize sua função precípua", disse, segundo publicado pelo Portal da Alerj.

Representando o Fórum dos Grêmios Escolares do Estado, o estudante Guilherme Jordão ressaltou a importância da presença de profissionais especializados em saúde mental. 

“Por muitos relatos existe um enorme déficit de psicólogos e assistentes sociais nas escolas. Como encaminhar ao CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil) sem psicólogos para acompanhar? Precisamos de concurso público com urgência. Nos sentimos abandonados por não termos uma figura de escuta”, afirmou na audiência.

Leia também: Saúde mental da população negra: profissionais de psicologia explicam efeitos do racismo

Coordenadora de Gestão Intersetorial e Frequência Escolar da Seeduc, Bruna Gomes elencou ações da secretaria para a promoção da saúde mental, e declarou que o órgão já registrou neste ano 83 casos de lesão autoprovocada e 19 casos envolvendo transtornos mentais ou uso abusivo de álcool e outras drogas.

 “Estamos fomentando ações de caráter preventivo e de assessoramento a equipes gestoras e técnico-pedagógicas sobre como intervir. Temos 1.140 assistentes sociais trabalhando em nossa rede. Criamos um guia para enfrentar o bullying e o cyberbullying. Precisamos instrumentalizar as escolas para que saibam lidar com estas situações".

Edição: Mariana Pitasse