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Sete de setembro: Uma provocação bolsonarista que exige uma resposta combativa

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O movimento impulsionado por Bolsonaro faz parte da escalada golpista da extrema direita e conta com o conluio dos generais palacianos - Giorgia Prates
O conjunto das forças progressistas da sociedade precisa responder as provocações autoritárias

A convenção nacional do Partido Liberal (PL), realizada neste domingo (24), que homologou as candidaturas de Jair Bolsonaro e do general Braga Netto, para a vice-presidência, foi o palco escolhido para emulação da base mais militante e fanática do bolsonarismo.

Bolsonaro, mais uma vez, reforçou a convocação para o dia 7 de setembro, conclamando seus apoiadores a ocuparem as ruas do país na data simbólica do bicentenário da independência do Brasil.

Trata-se, ao mesmo tempo, de uma ameaça e de um objetivo de campanha. Uma tentativa de demonstração de forças para intimidar as capengas instituições da República e a oposição — em particular o bloco político e partidário que sustenta a candidatura do ex-presidente Lula.

O movimento impulsionado por Bolsonaro faz parte da escalada golpista da extrema direita e conta com o conluio dos generais palacianos e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

Nas últimas semanas, o governo bolsonarista apostou no discurso contra o sistema eleitoral e a votação através das urnas eletrônicas. E cuidou também de atingir as camadas mais pobres e miseráveis da população com a chamada “PEC do desespero”, um improvisado pacote eleitoreiro, de curtíssimo prazo, para tentar impedir a vitória de Lula no primeiro turno.

As medidas demagógicas podem resultar em algum benefício eleitoral para Bolsonaro. No entanto, o bolsonarismo vai seguir no caminho da ação golpista e beligerante. É um recurso tático para manter o quadro de tensão política.

Nesse cenário, a esquerda partidária e social, e o conjunto das forças progressistas da sociedade, precisa responder, com firmeza, as provocações e os arroubos autoritários dos bandos bolsonaristas

O projeto bonapartista de Bolsonaro precisa ser enfrentado nas ruas, nos tribunais e nas urnas. As iniciativas de mobilização marcadas para os dias 5 e 11 de agosto são passos importantes para colocar em movimento os diversos setores da sociedade em defesa das eleições e contra a violência política do bolsonarismo.

Uma campanha eleitoral de Lula, vibrante e massiva, é um instrumento para mobilização popular, que impulsione as formações dos comitês populares Lula Presidente nos locais de trabalho, moradia e estudo, reunindo amplos segmentos da população trabalhadora.

Uma campanha ativa, nas ruas, impulsionada pela esquerda e os movimentos sociais, será capaz de criar uma muralha política para abater os intentos golpistas do governo bolsonarista, abrindo uma saída democrática para a crise política, econômica e institucional em curso, elegendo Lula e uma numerosa bancada de esquerda para o Congresso Nacional.

Eis o desafio.

Edição: Pedro Carrano