Paraná

EXTREMISMO POLÍTICO

Ainda no hospital, bolsonarista assassino de Marcelo Arruda é intimado pela Justiça

Policial penal Jorge Guaranho tem 10 dias para apresentar defesa

Foz do Iguaçu (PR) |
Nas redes sociais, o agente penitenciário federal Jorge José da Rocha Guaranho tem publicações com demonstração de apoio contumaz ao presidente Bolsonaro - Reprodução/Facebook

O policial penal federal Jorge Guaranho tem 10 dias, a contar a partir desta quinta (21), para apresentar sua defesa perante a 3ª Vara Criminal de Foz do Iguaçu. Tornado réu na última quarta-feira (20) pela Justiça do Paraná, após o Ministério Público formalizar denúncia em que o acusa de homicídio duplamente qualificado, com motivação política, o bolsonarista que assassinou o petista Marcelo Arruda está oficialmente intimado a se manifestar no processo.

Desde a formalização da denúncia apresentada pelos promotores Luis Mafra e Tiago Lisboa, a reportagem busca contato com os advogados do assassino para apurar sua justificativa pelo crime Até o fechamento desta reportagem, os defensores Cleverson Ortega e Poliana Cavaglieri não se manifestaram.

De acordo com certidão anexada ao processo, Guaranho foi intimado na tarde desta quinta, em um apartamento do Hospital Ministro Costa Cavalcanti. Sob custódia da Polícia Militar do Paraná, o autor do atentado encontra-se estável, consciente, em reabilitação e sem previsão de alta. Segundo os promotores, assim que deixar o hospital, Guaranho deverá ser levado à unidade prisional.

A intimação judicial prevê que o réu apresente até oito testemunhas para serem ouvidas em sua defesa. Jorge Guaranho chegou a permanecer internado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) após trocar tiros com Marcelo Arruda. Vídeos obtidos pelo sistema de monitoramento do clube onde a tragédia ocorreu demonstram que o autor atirou de fora do salão da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu (Aresfi) duas vezes contra Marcelo. Em seguida, a esposa do petista ainda tentou impedir a ação do assassino.

As imagens revelam também que depois dos dois tiros, Guaranho invadiu o salão e efetuou mais disparos contra Marcelo. Em seguida, recebeu três tiros de Marcelo, que já estava caído no chão. Marcelo morreu logo após ser socorrido pelo SIATE.

Para o Ministério Público do Paraná, é inegável a motivação política do crime. Os promotores pedem que o assassino seja levado a júri popular.

Edição: Lia Bianchini