Paraná

EDITORIAL PARANÁ 265

Editorial. Marcelo Arruda, um herói

Sua morte faz lembrar Marielle e a importância de que os 200 anos da independência apontem para a derrota do fascismo

Curitiba (PR) |
O guarda municipal Marcelo Arruda foi morto com dois tiros à queima roupa, enquanto comemorava seus 50 anos - Foto: Reprodução Facebook

Nunca será normal um assassinato político. Apesar de não ser o primeiro episódio de violência contra lideranças políticas do campo popular no Brasil, a morte de Marcelo Arruda acende um alerta vermelho.

Arruda foi brutalmente alvejado, à queima-roupa, enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos junto à família, em um clube de Foz do Iguaçu, oeste do Paraná. O motivo: a festa ser temática, tendo Lula como seu principal símbolo.

O assassino, Jorge Guaranho, um agente penal, expressa a postura fascista que envenena o país. Gritando "aqui é Bolsonaro", invade a confraternização para a qual nunca fora convidado. Acaba por disparar contra Arruda, guarda municipal, que ainda consegue reagir aos tiros que recebe. Ao exercer sua legítima defesa, salva todos os presentes na festa de uma chacina brutal, assegurando, inclusive, sua filha de um mês de vida. Um herói, portanto.

Arruda era dirigente do Partido dos Trabalhadores e do sindicato de servidores municipais, em Foz. Sua morte (junto a outros atos de terror contra a pré-campanha de Lula), a 3 meses das eleições presidenciais, faz relembrar Marielle Franco e a importância de que os 200 anos da independência apontem para a abolição do protofascismo no país. “Aos nossos mortos, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta”!

Edição: Pedro Carrano