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DF investiga casos suspeitos de varíola dos macacos e hepatite desconhecida

Secretaria de Saúde diz que está preparada para lidar com a situação

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Varíola dos macacos tem preocupado autoridades sanitárias no Brasil e no mundo - Divulgação

Um homem na faixa etária de 20 a 29 anos é o primeiro caso suspeito de varíola dos macacos (monkeypox) no Distrito Federal. A informação foi confirmada nesta terça-feira (21) pela Secretaria de Saúde do DF, que investiga a situação.

A pasta ressaltou que está preparada para lidar com a situação. "Assim que os primeiros casos foram registrados no Brasil, o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) do DF emitiu um alerta epidemiológico às unidades de atenção primária e hospitalares das redes pública e privada", informou, em nota.

Até o momento, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil registra 11 casos confirmados da varíola dos macacos, sendo sete em São Paulo, dois no Rio Grande do Sul e dois no Rio de Janeiro. Outros dez casos suspeitos permanecem em investigação. Dois dos casos confirmados já receberam alta e todos os outros seguem isolados e em monitoramento.

Entenda

A varíola dos macacos é uma doença causada por vírus e transmitida a partir de animais silvestres, normalmente roedores, para humanos. Ela é endêmica em alguns países do continente africano, principalmente em áreas de florestas.

Por mais de 40 anos não houve registros de contaminação em pessoas, até que novos casos foram relatados na Nigéria a partir de 2017.  Ainda assim, transmissões de humanos para humanos não são comuns.

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Pertencente ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae, o vírus da varíola dos macacos é da mesma família que a varíola humana - que causou crises sanitárias no mundo todo por séculos, até que foi controlada pela vacinação na década de 1970. Mas ele não costuma levar pacientes a casos graves. Entre os registros atuais, por exemplo, não há nenhuma morte. Ainda assim, representa risco, principalmente para gestantes e bebês. 

Os sinais da doença são febre, dores no corpo e na cabeça, cansaço, gânglios inchados e lesões com feridas espalhadas pela pele. Os machucados causam dores e coceira e algumas manchas podem deixar cicatrizes.

A transmissão se dá a partir do contato próximo com fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como vestimentas, toalhas e roupas de cama. O período de incubação sem sintomas costuma durar de 6 a 13 dias, mas pode chegar até 21 dias.

Hepatite misteriosa

O Distrito Federal também confirmou um caso suspeito em investigação inicial da hepatite infantil misteriosa. O paciente é uma criança, faixa etária de 5 a 9 anos, que está em bom estado de saúde e realizando acompanhamento ambulatorial, informou a Secretaria de Saúde. O surto de hepatite desconhecida começou há alguns meses.  

Os casos relatados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em todo o mundo atingem crianças de 1 mês a 16 anos de idade, sendo que muitos têm menos de 5 anos. As crianças não estão testando positivo para os vírus típicos da hepatite (A, B, C, D ou E).

De acordo com os relatos, os pacientes afetados estão apresentando hepatite aguda, que significa inflamação do fígado. Em muitos casos foram relatados sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômito. A maioria não apresentou febre.

A hepatite pode ter muitas causas. A doença pode resultar de infecções causadas por vírus, toxinas no álcool ou obesidade, por exemplo. No entanto, alguns cientistas têm apontado que essa nova hepatite pode estar relacionada com o avanço do novo coronavírus sobre crianças e adolescentes. Um estudo publicado na revista Lancet abordou a possibilidade. A suspeita é que partículas remanescentes do Sars-Cov-2 no trato intestinal de crianças estaria desencadeando uma reação do sistema imunológico que poderia ser a causa da hepatite.

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Edição: Flávia Quirino