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Cadê a data-base, governador?

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O momento é estratégico e oportuno para a gente dar um basta nesta maldade toda, nesta onda de mentiras que tomou conta do nosso país, e escrever uma história - Giorgia Prates
Um governo que não valoriza o funcionalismo não tem respeito pela população

Eleito prometendo pagar a data-base, diálogo e respeito ao funcionalismo, desde que chegou ao Palácio Iguaçu, o bolsonarista Ratinho Junior (PSD) tem priorizado em seu governo o desmonte dos serviços públicos e os ataques aos direitos dos trabalhadores estaduais.

Somando com o governo Richa, a dívida do Estado com os servidores já passa de 36%. Esse percentual representa as perdas salariais da categoria para a inflação. É como se, nos últimos cinco anos, o servidor trabalhasse um ano inteiro sem receber. Um completo absurdo que tem sido chancelado pela base de apoio do governador na Assembleia Legislativa.

Recursos têm para pagar o que é de direito dos trabalhadores, mas, assim como Bolsonaro, Ratinho gosta de tirar direitos dos mais pobres e usar o dinheiro público para beneficiar o setor privado. Enquanto tem funcionária recebendo uma miséria e com dificuldade para colocar comida na mesa, o governo concede R$ 17,4 bilhões em isenções fiscais para grandes empresas.

Em 2021 a arrecadação do Estado cresceu 17% e o governo registrou R$ 7,2 bilhões de superávit, saldo livre em caixa para o governo gastar onde quiser. Ou seja, o que falta é vontade política para tratar o trabalhador com respeito, dignidade e pagar o que é devido. Dinheiro tem, falta priorizar o que importa.

A maldade é tão grande que nem os aposentados escaparam. Pessoas que trabalharam uma vida inteira, que contribuíram com a previdência e eram isentas de cobranças, passaram a ser taxadas. O confisco na aposentadoria é de 14%, penalizando quem dedicou sua vida ao serviço público e agora enfrenta um contexto onde a inflação de alimentos e medicamentos compromete o sustento.

Essas e outras denúncias vêm sendo feitas pelos sindicatos que representam os servidores. Neste mês, a categoria está mais uma vez mobilizada. É o Junho de Lutas, momento de diálogo com a sociedade e de pressão para que o governo pague o que deve aos trabalhadores. Dinheiro tem!

Um governo que não valoriza o funcionalismo não tem respeito pela população, e essa reflexão precisa ser feita pelos paranaenses neste ano de eleição. Ratinho prometeu fidelidade canina ao seu antecessor e amigo, Beto Richa. Isso ele cumpriu e o resultado tem sido visto no desmonte da educação, da saúde, da segurança pública, do meio ambiente e todos os demais setores.

Para superar essa situação no próximo período, o Partido dos Trabalhadores apresentou Roberto Requião como pré-candidato ao governo estadual. Para o Paraná voltar a ser referência na garantia de direitos e na valorização dos servidores e da população que mais precisa, será fundamental eleger um gestor alinhado com o plano de governo do presidente Lula que, conforme indicam as pesquisas, deverá ser eleito para derrotar o bolsonarismo e consertar o país.

O momento é estratégico e oportuno para a gente dar um basta nesta maldade toda, nesta onda de mentiras que tomou conta do nosso país, e escrever uma história. O Paraná também é nosso e a nossa luta por justiça vai vencer.

*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Pedro Carrano