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Famílias camponesas fazem vigília por estrada, saúde e educação em Quedas do Iguaçu (PR)

Após prefeito abandonar audiência pública, famílias assentadas e acampadas ocupam prefeitura

Curitiba (PR) |
Camponeses denunciam precariedade das estradas e de serviços de saúde e educação - Foto: MST-PR

Na manhã desta segunda-feira (06), cerca de 300 moradores das áreas de assentamento e pré-assentamento de Quedas do Iguaçu, região centro do Paraná, realizaram um ato em frente a prefeitura, exigindo melhorias em 400 km de estradas que perpassam diversas comunidades rurais, além de melhorias na educação e saúde. O manifesto resultou em uma audiência pública com o prefeito Élcio Jaime e os vereadores do município, que aconteceu na tarde do dia 6.

No entanto, durante a audiência, o prefeito se negou a resolver as demandas da população, alegando não ter recursos para as obras. Em sua fala, Jaime ainda ironizou: “eu não posso ser um milagroso e fazer as coisas do dia para noite.”

“Nós viemos aqui hoje para discutir e resolver esses problemas. Nós sabemos que as coisas não se resolvem de uma hora para outra, só que nós precisamos sair daqui com uma resposta concreta”, afirmou Jonas Furis, camponês dirigente do pré-assentamento Dom Tomás Balduino. 


Ato aconteceu na segunda (6) / Foto: MST-PR

Após fala do dirigente e cobranças pertinentes do público manifestante, o prefeito encerrou sua fala e se retirou da audiência, deixando as famílias sem resposta. A partir disso, as famílias resolveram permanecer e ocupar a prefeitura até que o prefeito volte se manifestar e dialogar com a população.

Jonas explica que a atividade que se iniciou na manhã de segunda-feira segue por tempo indeterminado. “Continuamos a atividade uma intervenção pela melhoria das estradas dos assentamentos e pré-assentamentos, e infelizmente até agora não foi atendida pelo poder municipal. Enquanto não formos atendidos pelo prefeito, as famílias não vão embora”, afirmou o camponês.


Manifestantes ocuparam prefeitura de Quedas do Iguaçu / Foto: MST-PR

Vereadores buscam novas alternativas para resolver problema de falta de recurso e estão propondo realocar R$ 1,5 milhão, que a princípio está destinado para reforma da Câmara de Vereadores. A ideia é que o montante seja destinado para a manutenção das estradas. No entanto, a proposta segue sendo analisada mais cirurgicamente pelo poder legislativo.

A mobilização também exige melhorias no transporte escolar, que também é muito afetado pela precariedade das estradas, e nas estruturas das escolas do campo. Também está na pauta a demanda por melhor atendimento de saúde para as famílias agricultoras e também urbanas.

Participaram da mobilização moradores de áreas rurais, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e das Ligas Camponesas e Urbanas do Brasil (LCU-BR).

Edição: Lia Bianchini