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Bolsonaro é o terrorista da fome

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o aumento generalizado dos preços dos alimentos da cesta básica, do aluguel, do botijão de gás, dos combustíveis e das tarifas de energia, que têm penalizado as camadas mais pobres e médias da população, são um resultado direto da política econômica do governo da extrema direita. - Sergio Lima / AFP
Nível de insegurança alimentar está próximo dos países mais pobres do mundo

O governo Bolsonaro é o responsável por uma política econômica que gera mais concentração de renda, que aprofunda mais a desigualdade e que provocou a volta da fome. Ao mesmo tempo, Bolsonaro estimula o discurso de ódio e a violência contra os segmentos sociais mais vulneráveis — o povo pobre e negros e negras das periferias.

O assassinato de Genivaldo de Jesus, em Sergipe, numa improvisada “câmara de gás”, dentro do porta-malas de uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), causou vasta indignação. Ou seja, o flagelo da fome e a escalada da violência são produtos do bolsonarismo, o que amplia, dramaticamente, a destruição em curso das condições de vida e das perspectivas de futuro da maioria da população brasileira.

Dados da pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada na semana passada, demonstram que nos últimos dois anos (2019-2021) houve uma ampliação do risco de fome no Brasil. A pesquisa da FGV-Social constatou que 36% das famílias brasileiras mais pobres foram atingidas pela volta da fome, em especial as famílias chefiadas por mulheres.

O estudo apontou ainda que foi pela primeira vez que a insegurança alimentar brasileira supera a média simples mundial. Comparando a média simples de 120 países com o Brasil, antes e durante a pandemia da covid-19, a insegurança alimentar aumentou 1,5 pontos percentuais no mundo contra 6 pontos percentuais no país, revelando o descaso do governo Bolsonaro no enfrentamento da fome e da miséria.

No Brasil, a fome tem cor, geografia e o corte de gênero, é o que indica os dados da pesquisa. O aumento da insegurança alimentar entre os 20% mais pobres no Brasil durante a pandemia foi de 22 pontos percentuais, saindo de 53% em 2019 e chegando a 75% em 2021, nível próximo do país com maior insegurança alimentar da amostra, o Zimbábue (80%).

Já os 20% mais ricos experimentaram queda de insegurança alimentar de três pontos percentuais — indo de 10% para 7%, pouco acima da Suécia (5%), país com menos insegurança alimentar.

Na comparação com média global de 122 países em 2021, os 20% mais pobres no Brasil têm 27 pontos percentuais a mais de insegurança alimentar, enquanto os 20% mais ricos apresentam 14 pontos percentuais a menos.

As mulheres, principalmente aquelas entre 30 e 49 anos, onde o aumento da fome e da insegurança alimentar causaram um maior impacto, ainda padecem do dano da subnutrição de seus filhos, já que são essas mulheres, em geral, que cuidam das crianças.

Derrotar Bolsonaro para livrar o país da fome e do terror

É necessário denunciar em alto e bom som que a volta da fome, o aumento generalizado dos preços dos alimentos da cesta básica, do aluguel, do botijão de gás, dos combustíveis e das tarifas de energia, que têm penalizado as camadas mais pobres e médias da população, são um resultado direto da política econômica do governo da extrema direita.

O quadro é agravado pelo desemprego muito alto, com cerca de 14 milhões de trabalhadores, e a fome que castiga diariamente mais de 20 milhões de brasileiros e mais de 120 milhões padecem de algum tipo de insegurança alimentar, questões cruciais que demonstram na ponta o resultado da política genocida de Bolsonaro/Guedes.

O desemprego, a fome e a carestia serão, obrigatoriamente, temas da agenda da disputa presidencial de 2022, demandando propostas concretas para enfrentar os resultados da política de exclusão social e da recolonização neoliberal do Brasil.

Lula é o único líder político que reúne as condições para dialogar com a população mais empobrecida e apresentar propostas de retomada da economia e medidas emergenciais para derrotar a fome o desemprego, recuperando o papel do estado na condução de políticas econômicas inclusivas e desenvolvimentistas, eliminar o arrocho fiscal contra os pobres e revogar o famigerado “teto de gastos”.

Portanto, o voto em Lula é a saída política popular e democrática para liquidar o governo esfomeador de Bolsonaro e dos generais palacianos.

*Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

 

Edição: Pedro Carrano