Rio de Janeiro

REFORMA AGRÁRIA

No Rio, MST reivindica ações emergenciais para assentamentos em audiência pública com o Incra

O objetivo é iniciar o diálogo com a nova gestão do órgão, após a exoneração do superintendente investigado por assédio

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |
Audiência pública teve a presença de moradores de diversos assentamentos da reforma agrária no estado do Rio de Janeiro - Pablo Vergara

Nesta terça-feira (10), moradores de diversos assentamentos organizados pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado do Rio de Janeiro realizam uma audiência pública com representantes do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), no centro da capital.

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Segundo o MST, o objetivo da reunião é iniciar o diálogo com a nova gestão do órgão, após a exoneração do superintendente regional Cassius Rodrigo de Almeida Silva, investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por assédio e coação de assentados. 

Na audiência, os trabalhadores sem terra apresentaram demandas como a regularização dos territórios, obras emergenciais de infraestrutura e execução de políticas públicas como o crédito habitacional para construção e reforma das casas.

Para dona Iva, do assentamento Irmã Dorothy, em Quatis, no sul fluminense, o descaso de anos com a reforma agrária no estado gera incerteza nas famílias agricultoras.

"Estamos em uma situação de não saber se planta ou arranca. Não temos luz, as estradas não tem ponte, tem gente que não tem como chegar em casa. Eu mesma tenho que subir um morro que não aguento mais subir. Estou há 16 anos lá e acho que se já lutei até agora tenho que ir até o fim. Queremos que o Incra desenrole a documentação e o que for do nosso direito", disse. 

Além de representantes do MST e moradores de cerca de 10 assentamentos do estado, também estavam representes na audiência Luiz Carlos Andrade, ouvidor regional do Incra e os assistentes técnicos do órgão Newson Monteiro e Claudia Videira.

"O Incra é o órgão público responsável pela reforma agrária, tem que estar à disposição para atender seu público e isso não tem acontecido. A gente sabe que não tem dinheiro, a situação está difícil, mas tem alguns compromissos que o Incra pode assumir no campo da escuta junto com os movimentos sociais em relação ao Irmã Dorothy, ao acampamento Cícero Guedes, ao problema do crédito habitação em diversas áreas", afirmou Luana Carvalho, dirigente nacional do MST.

Edição: Clívia Mesquita