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Trabalhismo

Artigo | Desde o 1º de maio

Políticas neoliberais dos últimos anos têm retrocedido no respeito aos direitos trabalhistas conquistados há anos

Guarapuava (PR) |
Gravura de 1886 reproduz o massacre de Chicago; fato histórico motivou a criação do 1º de maio - WikiCommons

Nascida nas ruas da cidade de Chicago (EUA) no ano de 1886, a data de primeiro de maio foi oficializada no Brasil em 1924, como Dia do Trabalhador. Mais do que um dia de descanso ou de eventos de autopromoção de patrões e governos com festas para os trabalhadores e muitos discursos demagógicos, o 1º de maio é um dia de luta da classe trabalhadora, um dia para refletir sobre as conquistas e os retrocessos.

Muito antes da oficialização dessa data, a classe trabalhadora nunca deixou de lutar, viveu alguns poucos períodos de algumas conquistas, mas nunca viveu período tão difícil como o atual. As políticas neoliberais dos últimos anos têm retrocedido no respeito aos direitos trabalhistas conquistados ao longo de muitas décadas.

As malfadadas reformas da previdência e trabalhista, impostas com a falsa propaganda de gerar empregos e melhorar a vida dos trabalhadores e das trabalhadoras, não passaram de estratégias de governos que excluem o povo do orçamento, privilegiam os ricos e o grande capital, desconsiderando a vida de milhões de trabalhadores(as) que perderam direitos mínimos, como respeito à carga horária, salário mínimo, reajuste salarial e segurança no trabalho, que é o caso de milhões de pessoas que estão, hoje, nos setores ou trabalhos uberizados.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o desemprego atinge, hoje, mais de 12 milhões de brasileiros(as), uma legião de trabalhadores(as) que não tem o que comemorar nesta data. A esses se somam outros milhões que sofrem com a desvalorização do salário mínimo, que hoje não é suficiente nem ao menos para a cesta básica.

Divulgada recentemente, projeção do FMI, sigla que já não ouvíamos mais falar, mostra o desemprego no Brasil como um dos maiores do mundo. Para um conjunto de 102 países, o Brasil está na 9ª pior estimativa de desemprego, ocupando o pior lugar entre os membros do G20.

Para este 1º de maio, as palavras de ordem são: emprego, trabalho, salário e dignidade. Nos lembrando da canção do grande cantor/compositor Gonzaguinha: “O homem se humilha, se castram seus sonhos. Seu sonho é sua vida. E vida é trabalho”.

*Professora Terezinha é feminista, sindicalista, militante das causas populares e vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT) em Guarapuava/PR.

**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.

Edição: Lia Bianchini