Rio Grande do Sul

Funcionalismo

Servidores estaduais pressionam deputados gaúchos por reposição de 10,06%

Durante as visitas aos gabinetes, a comitiva ressaltou as perdas dos trabalhadores do serviço público

Brasil de Fato | Porto Alegre |
"Essa pauta é uma questão de sobrevivência para todo o funcionalismo e o governador, por ser servidor público, precisa tê-la como prioridade”, disse presidente do CPERS, Helenir Schürer - Foto: CPERS Sindicato

Na manhã desta terça-feira (12), dirigentes do CPERS-Sindicato e representantes do funcionalismo público das três esferas entregaram aos deputados da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul um documento reivindicando o índice de 10,06% de reposição para todos os servidores estaduais. A pressão sobre os parlamentares foi definida em reunião da Frente dos Servidores Públicos (FSP-RS), na última quinta-feira (7). O governo propõe um reajuste de 6%.

Durante as visitas aos gabinetes, a comitiva ressaltou as perdas dos servidores, que em sua maioria amargam mais de sete anos sem reajuste e estão com o poder de compra corroído por quase 59% de inflação. Neste período, tudo aumentou, menos a valorização salarial.

Em conversa com o líder do governo na Casa, deputado Frederico Antunes (PP), a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, cobrou uma reunião com o novo governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) para tratar do tema. “Já enviamos ofício à Casa Civil e ainda não obtivemos retorno. Essa pauta é uma questão de sobrevivência para todo o funcionalismo e o governador, por ser servidor público, precisa tê-la como prioridade”, destacou a dirigente.

No documento, entregue pelos servidores, consta um estudo do Dieese que, entre outras ponderações, destaca que, de acordo com o INPC do IBGE, a inflação acumulada – entre novembro de 2014 e março de 2022 – chega a 58,96%. A análise demonstra, portanto, que os servidores do estado, da ativa e aposentados, já perderam mais da metade do seu poder aquisitivo.


Orçamento familiar / Fonte: Reprodução/Diesse

Outro ponto apontado na análise do Dieese é o preço da cesta básica, que no mesmo recorte temporal, com base nos custos médios da Capital, aumentou de R$ 342,62 para R$ 734,28, o equivalente a 114,3%. O texto entregue aos deputados atenta para o fato de que os alimentos têm um peso maior no orçamento daqueles que ganham menos.


Cópia de contracheque de funcionário de escola / Foto: Reprodução

Foi entregue também a cópia de dois contracheques de funcionários de escola, que recebem o salário base de R$ 620,72, menos que um salário mínimo. “Os 6% não recuperam sequer 1% de cada ano em que não tivemos reajuste. E o ataque às nossas carreiras também fez com que o governo pegasse o dinheiro que agora nos falta. Estamos aqui com a pauta unitária dos servidores, pedindo que a reposição seja de 10,06%”, destacou Helenir.

Outro ponto comum na luta dos servidores é a defesa intransigente do IPE Saúde de qualidade para todos. No próximo dia 26, às 9h, haverá um ato unificado em frente ao Instituto (Av. Borges de Medeiros, 1945, Praia de Belas – Porto Alegre) para marcar a resistência contra o sucateamento da autarquia.

Frederico disse que levará o pedido a Ranolfo para que a reunião com os servidores ocorra em breve.

*Com informações da CUT-RS com CPERS-Sindicato


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Edição: Marcelo Ferreira