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A ‘nova munição’ do Exército não é uma fake news bolsonarista

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Compra de comprimidos para disfunção erétil acontece depois de gastos milionários com bebidas e picanha - Divulgação
A compra pelas Forças Armadas de 35 mil comprimidos de Viagra vira piada nas redes

É motivo de piada e de justa zombaria nas redes sociais, na segunda-feira (11), a notícia surpreendente da compra pelas Forças Armadas de 35 mil comprimidos de Viagra, um medicamento para enfrentar a disfunção erétil — o popular broxa ou meia bomba.
As informações foram obtidas pelo deputado federal Elias Vaz (PSB-GO) no Portal da Transparência do governo federal. O parlamentar apresentou ao Ministério da Defesa requerimento no qual solicita explicações sobre os processos de compra do medicamento.
“Precisamos entender por que o governo Bolsonaro está gastando dinheiro público para comprar Viagra e nessa quantidade tão alta. As unidades de saúde de todo o país enfrentam, com frequência, falta de medicamentos para atender pacientes com doenças crônicas, como insulina, e as Forças Armadas recebem milhares de comprimidos de Viagra. A sociedade merece uma explicação”, declarou o deputado para o jornal O Globo.
A pílula milagrosa foi dividida entre as três forças: a Marinha ficou com a maior quantidade, 28.320 comprimidos. O Exército com 5 mil e a Aeronáutica com outros 2 mil.
A Marinha e a Aeronáutica justificaram que as compras de Viagra foram para o tratamento de pacientes com Hipertensão Arterial Pulmonar (HAP). O Exército ainda não se pronunciou sobre a compra.
A mega aquisição de Viagra ocorre dias após o escândalo da compra de R$ 56 milhões em filé mignon, picanha e salmão. A pergunta que fica: o que acontece nos quartéis, navios e bases aéreas do Brasil, com as montanhas de carnes nobres, cervejas e licores finos, pirâmides de latas de leite condensado e agora com uma quantidade monumental da pílula do amor?
Já foi o tempo em que servir a pátria era sinônimo de vida espartana e entrega. O governo Bolsonaro, definitivamente, avacalhou com o que restava de credibilidade das Forças Armadas, deixando desoladas as vivandeiras de quartéis — entre elas, políticos/as que não perdem uma oportunidade para bajular e bolir com os granadeiros — como dizia o Marechal Castello Branco, o primeiro general-ditador do regime militar.
Na tarde de hoje, um ex-ministro e ex-deputado, conhecido por sua paixão pelo fardão verde-oliva, foi visto acabrunhado lá pelas bandas do Ibirapuera.

Edição: Frédi Vasconcelos