Paraná

Profissão perigo

Jornalistas do Paraná estão entre os que mais sofrem agressões no país

Levantamento sobre violência contra jornalistas foi apresentado pelo Sindijor, nesta segunda (11), na Alep

Curitiba (PR) |
Paraná ocupa o 4º lugar no ranking de violência contra jornalistas
Paraná ocupa o 4º lugar no ranking de violência contra jornalistas - Foto: Divulgação

Já faz cinco anos que jornalistas que atuam no Paraná ocupam as primeiras posições no ranking de agressões, que incluem ameaças, agressões físicas e verbais, ataques virtuais, impedimento ao exercício profissional, assédio moral e sexual e atentados. Para dar visibilidade ao problema, representantes do Sindicato dos Jornalistas (Sindijor/PR) apresentaram um levantamento sobre violência contra jornalistas, nesta segunda (11), na Assembleia Legislativa (Alep).

“Uma situação inaceitável dentro de um regime democrático. Os jornalistas devem ter garantidos o seu livre direito de trabalhar”, lamentou o presidente do SindiJor/PR, Célio Martins.

O Sindicato tem um protocolo de atuação para todos os casos de violência contra jornalistas, que passa pelo apoio, orientação sobre registros de ocorrência para que seja apurada a responsabilização e, por fim, o amparo psicológico aos profissionais.

A diretora de Defesa Corporativa do Sindijor, Aline Rios, que acompanha as situações de violência contra jornalistas há três anos, lembrou que os fatores que mais motivam as agressões estão relacionados à cobertura política e à pandemia.

“Precisamos envolver a sociedade na discussão dessas questões, já que atacar profissionais também afeta o direito à informação”, afirmou.

Segundo os dados apresentados, de 2017 a 2021, foram registrados 62 casos de violência contra profissionais da comunicação no estado. Em 2021, segundo o ranking, o Paraná foi o quarto estado em violência contra jornalistas.

A presença da direção do Sindicato na Alep também teve o objetivo de alertar os deputados para a importância de proteger a liberdade de expressão e garantir o livre exercício da profissão.

Números da violência

De acordo com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entre 2017 e 2021, no Brasil, foram 140 casos de censura, 132 de descredibilização da imprensa, seguido de agressões verbais, ataques virtuais, ameaças, intimidações, agressões físicas, cerceamento de liberdade de imprensa, até injúrias raciais e assassinatos.

Os números da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) apontam que no ano de 2022 foram 119 ataques, uma média de um a cada três dias. Sendo que 38% foram relativos a gênero ou sexualidade: 32 contra mulheres; oito homofóbicos e um transfóbico.

Já a Ong Repórteres Sem Fronteiras (RSF) revela que, entre 2020 e 2021, o Brasil perdeu quatro posições na avaliação dos países e do ambiente de trabalho para profissionais da imprensa. Está em 111º lugar na classificação geral. A RSF classifica o Brasil “como um país em que a liberdade de imprensa encontra-se em situação difícil.”

*Com informações da Assembleia Legislativa do Paraná.

Edição: Lia Bianchini