Rio Grande do Sul

EDUCAÇÃO PÚBLICA

Educadores gaúchos declaram Eduardo Leite "o maior mentiroso do RS" em assembleia geral

Após aprovação das propostas de mobilização do CPERS Sindicato, grupo seguiu em marcha até o Palácio Piratini

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Assembleia reuniu milhares de trabalhadores que reforçaram a luta por aumento real e outras demandas como o desmonte do IPE Saúde e a necessidade de concurso público - Foto: Caco Argemi / CPERS Sindicato

A primeira assembleia geral dos educadores e educadoras da rede pública gaúcha ocorreu na sexta-feira (1), após dois anos de atividades virtuais por conta da pandemia. Realizada no 1º de abril, Dia da Mentira, contou com milhares de participantes, que coraram simbolicamente o ex-governador Eduardo Leite (PSDB) como “o maior mentiroso do RS”.

Na ocasião, o CPERS Sindicato, que representa a categoria, reforçou a farsa do reajuste apresentado pelo então governador Leite, anunciado como de 32%, mas que na prática não traz aumento real para a maioria dos professores e, além disso, deixou de fora os funcionários e os aposentados. Também em pauta a necessidade de concurso público para a educação, a necessária revogação do Novo Ensino Médio e o desmonte do Instituto de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos do RS (IPE Saúde).

A assembleia ocorreu pela manhã, em frente ao Colégio Júlio de Castilhos, o Julinho, na Capital. A presidenta do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, iniciou pedindo uma salva de palmas para os educadores e educadoras que foram vitimados pela covid-19. “Hoje eles estão conosco, nos acompanhando em nossa justa luta.”

Em seguida, ressaltou que a inverdade pautou o governo Eduardo Leite (PSDB), do início ao fim da gestão. “Mentiu sobre nosso reajuste, sobre a verba da merenda e, vergonhosamente, afirmou que investiu R$ 1,7 bilhão na recuperação das escolas. Basta ver a precariedade em que as instituições se encontram para constatar mais essa farsa”, pontuou.


Em frente ao Palácio Piratini, frases foram pendurados no pescoço da uma educadora que estava trajada como o ex-governador / Foto: Caco Argemi / CPERS Sindicato

Segundo ela, através de uma matemática perversa e injusta, Leite não garantiu reposição linear para a categoria, excluindo aposentados(as) sem paridade e funcionários(as) de escola. “Massacra estes profissionais com um salário aviltante, 12 mil funcionários recebem o valor irrisório de R$ 620,00”, destacou.

A diretora do Departamento de Saúde do Sindicato, Vera Lessês, que compõe o Conselho Administrativo do IPE Saúde, destacou que a crise no Instituto está se refletindo de maneira cruel nos servidores e servidoras, e lembrou quem são os culpados. “Se o IPE Saúde está sucateado, a culpa é de Sartori e Leite que congelaram nossos salários, comprometendo financeiramente o Instituto”, frisou.

Caminhada até o Palácio Piratini


Após a assembleia, grupo seguiu em marcha pelas ruas de Porto Alegre até a sede do governo do estado / Foto: Caco Argemi / CPERS Sindicato

Em frente ao Palácio Piratini, os educadores e educadoras destacaram, com cartasez, faixas e uma mística, o que consideram as mentiras de Eduardo Leite(PSDB). Em uníssinos, os mamnifestantes respondiam: “mentira!”

A presidente da entidade, aproveitou o momento para frisar a importância do voto. “Todos os candidatos vão dizer que somos prioridades. Acessem o site da Assembleia Legislativa, vejam quem votou a favor ou contra nós. Palavras são fáceis de dizer, temos que ver ação”, alertou.

Helenir lembrou ainda que o governo atual conta com o apoio de 42 dos 55 deputados e salientou ser imprescindível mudar este cenário. “Precisamos ter um governo que realmente priorize os educadores e a educação pública. Vamos derrotar quem nos atacou nestes últimos anos e ter um governo que nos receba para reconquistarmos o que perdemos”, salientou.

Propostas aprovadas na assembleia

Durante a Assembleia, professores e funcionários de escola aprovaram, por unanimidade, as propostas de mobilização do CPERS. “Esta Assembleia foi carregada de simbolismos. Um dos mais fortes foi a força da categoria, que demonstrou, mais uma vez, que não se rende e que acredita na luta. Hoje é o dia da mentira, de denunciarmos a desfaçatez de Eduardo Leite. Mas também é o dia das nossas verdades”, frisou o 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt. Confira:

1. Intensificar a luta por Reposição Salarial de 33,24% para todos os funcionários/as professores/as, aposentados/as, especialistas ativos e inativos;

2. Lutar pela revogação do Novo Ensino Médio, que precariza o conhecimento dos/as alunos/as da escola pública e impede o acesso às universidades, pois não terão condições de disputar em pé de igualdade com alunos das escolas privadas e ainda gerará demissões na categoria;

3. Construir um Ato Estadual Unitário com todos os Servidores, em Defesa do IPE Saúde, público, solidário e de qualidade aos segurados, ressaltando a responsabilidade dos governos Leite e Sartori, na crise enfrentada pelo IPE;

4. Construir ações conjuntas com a Frente dos Servidores Públicos para pressionar a Assembleia Legislativa a aumentar o índice de reajuste dos servidores;

5. Participar da 23ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública: A Educação no Centro de Projeto de Nações: Um outro Brasil é possível, promovida pela CNTE, entre 25 e 29 de abril, com a realização do segundo Seminário sobre o Novo Ensino Médio, e live denunciando o projeto das escolas cívico militares e demais atividades propostas pela CNTE;

6. Participar das atividades do Fórum Social das Resistências, de 26 a 30 de abril de 2022;

7. Reafirmar a importância do uso de máscaras, álcool em gel e da vacinação, para segurança sanitária de toda à sociedade e cobrar do governo campanha de vacinação das crianças e adolescentes;

8. Convocar a categoria para o Ato “Bolsonaro Nunca Mais” no dia 09 de abril, os núcleos que tiverem atos em suas cidades ou regiões devem se somar a essas, e os demais participarem em Porto Alegre;

9. Exigir a realização imediata do concurso para o magistério, já aprovado pela Assembleia Legislativa e a realização de concurso para funcionários/as de escolas e especialistas;

10. Continuar a Luta Contra a PEC 32, pela revogação da reforma administrativa de Leite, pela revogação da reforma previdenciária, e pela retomada do antigo plano de carreira, revogando todas as alterações feitas pelo governo Leite;

11. Assinatura de carta compromisso dos candidatos ao governo do estado, com as pautas da categoria, se comprometendo com a revogação da reforma previdenciária, e pela retomada do antigo plano de carreira, revogando todas as alterações feitas pelo governo Leite;

12. Moção de Repúdio ao Governo Bolsonaro pela Política de Desmonte da Educação e o Escândalo do MEC “Bolsolão”;

13. Moção de Repúdio ao Projeto de Destruição da Educação Pública do Rio Grande do Sul implementado pelo Governo Eduardo Leite/Ranolfo.

* Com informações do CPERS Sindicato


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Edição: Marcelo Ferreira