Paraná

VITÓRIA DAS MULHERES

Mulheres vítimas de violência doméstica terão prioridade em atendimentos municipais

Câmara acatou projeto de lei da vereadora Carol Dartora (PT) que reduz burocracia para aplicação da Lei Maria da Penha

Curitiba (PR) |
Câmara Municipal de Curitiba acatou por unanimidade projeto de lei da vereadora Carol Dartora (PT) que reduz burocracia e garante agilidade e eficiência na aplicação da Lei Maria da Penha - QUEM TV

O plenário da Câmara Municipal de Curitiba aprovou por unanimidade nesta quarta-feira (30) o projeto de lei que garante o atendimento prioritário para as mulheres vítimas de violência doméstica e familiar, em qualquer órgão ou instância da administração pública municipal, que figure como parte interessada ou pessoa vítima de violência nos termos da Lei Maria da Penha . 

O projeto de lei de autoria da vereadora Carol Dartora (PT) retorna ao plenário para segunda votação na próxima segunda-feira (4). Sendo aprovado novamente e sancionada pelo prefeito, a lei entrará em vigor 90 dias após a publicação no Diário Oficial.

Segundo a autora do projeto, o objetivo é desburocratizar procedimentos como a troca de cmei ou escola, mudanças de registros e endereços e outras demandas sejam mais agilizadas. “Com isso, queremos garantir que o processo de saída da situação de violência não seja uma nova agressão para as mulheres”, explica Carol Dartora.

Para a  professora Eneida Desiree Salgado, professora de Direito Constitucional e de Direito Eleitoral, o projeto ter alcançado unanimidade na aprovação demonstra a força da luta das mulheres. “Depois de algumas decisões da Câmara que foram insensíveis às mulheres, esse projeto apresentado por uma mulher e 100% aprovado nos traz esperança que Curitiba seja mais atenta aos problemas das mulheres”, diz Eneida.

Ainda segundo a professora, historicamente o mês de março costuma aprovar muitos projetos com a temática da mulher. “Não pode ser algo apenas simbólico, é necessário que passe a ser uma postura da Câmara no sentido de reconhecer a necessidade de políticas públicas efetivas para fazer frente às diversas violências e opressões presente na vidas mulheres”, explica.

Importância e garantia 

Gabriela Nunes, mãe de duas filhas de 4 e 6 anos, foi vítima de violência doméstica em 2021 e relata que enfrentou lentidão mesmo com a medida protetiva em vigor. “Mesmo com o boletim de ocorrência, os processos foram muito morosos, acionei o conselho tutelar para agilizar a mudança de cmei e demorou três meses, eu tinha muito medo”. conta Gabriela.

Segundo o projeto aprovado, a mulher deverá apresentar o boletim de ocorrência e concessão de prioridade será válida por dois anos sem a necessidade de apresentar nova documentação durante o período. Após esse prazo, a vítima poderá requerer nova solicitação, caso o processo não tenha transitado em julgado ou a medida protetiva expirado.

De acordo com a prefeitura, hoje cerca de nove mil mulheres sob medidas protetivas recebem acompanhamento da Patrulha Maria da Penha na capital. E a Patrulha Maria da Penha atende, em média, cinco ocorrências diárias de violência contra a mulher.

Edição: Pedro Carrano