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EDITORIAL PARANÁ 250

EDITORIAL. Censura nunca mais!

A rápida decisão judicial deixa como lição os riscos do autoritarismo neste ano eleitoral

Curitiba (PR) |
Pabllo Vittar exibe toalha estampada com rosto do ex-presidente Lula (PT) durante show no Lollapalooza - Reprodução/Twitter

No final de semana passado, o movimento para derrotar o bolsonarismo esteve presente no Lollapalooza, primeiro grande festival cultural realizado no Brasil desde o início da pandemia.

Por várias vezes, o público entoou “Fora, Bolsonaro”. Nos palcos, Emicida, Tico Santa Cruz, Marina Sena, PK, Silva, Jão, Lulu Santos, a banda Fresno e até artistas internacionais, como Marina Diamandis e Julian Casablancas (The Strokes), posicionaram-se contra Bolsonaro.

Pabllo Vittar, Gloria Groove e Marcelo D2 foram além e, de modos diversos, expressaram seu apoio a Lula. O partido de Bolsonaro, por sua vez, logo reagiu a tais manifestações. Alegando propaganda eleitoral antecipada, obteve no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma decisão provisória – absolutamente anti-democrática – para impedir que artistas expressassem seus posicionamentos políticos no festival.

Ao final, a ação judicial não prosperou por desistência do próprio partido e, mesmo enquanto valia a decisão, os artistas do festival seguiram se posicionando. A rápida e abusiva decisão judicial do ministro-censor, porém, deixa como lição os riscos do autoritarismo neste ano eleitoral.

Os artistas e o setor da cultura, assim como fizeram desde o golpe de 2016, posicionam-se com coragem pela democracia e pela vida. Censura nunca mais!

Edição: Pedro Carrano