O que era para ser uma tarde de futebol na Arena da Baixada, nas quartas-de-final do Paranaense entre Athletico e Londrina, acabou mostrando mais um caso de racismo no futebol. Aos 30 do segundo tempo, o lateral do Tubarão Samuel Santos discutiu com um torcedor , que teria proferido injúrias raciais contra o atleta. Samuel prontamente pediu ao árbitro Rodolfo Toski Marques para que forças policiais e seguranças detivessem o infrator. O torcedor acabou sendo detido e encaminhado para a Delegacia Móvel de Atendimento a Futebol e Eventos (Demafe), e posteriormente para a central de flagrantes no 8º Distrito Policial. Após a partida, o advogado do clube, Eduardo Vargas, registrou boletim de ocorrência, e o rapaz que cometeu os atos foi solto após pagar fiança de 500 reais.
Para o advogado do Londrina, o caso não pode ficar impune. Em um vídeo gravado ao lado do atleta, Vargas avisou que irá até as últimas consequências. “Esperamos atitude veemente da polícia e contundente da federação paranaense. Casos assim não podem mais passar impunes. Não mais toleramos esse tipo de situação. O árbitro relatou na súmula o ocorrido. Londrina e atleta irão até as últimas consequências para resolver essa situação”, comentou.
Além do BO, o Londrina protocolou notícia de infração disciplinar contra o Athletico Paranaense, baseado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que proíbe ''praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito... ". O Athletico pode perder pontos no campeonato, mando de campo ou ser excluído da competição. De acordo com repórter Reinaldo Furlan, da rádio Paiquerê, de Londrina, a diretoria do clube solicitou a paralisação do Campeonato Paranaense até o caso ser julgado pelo TJD. O Athletico Paranaense suspendeu o torcedor de seu quadro se sócios.
Em suas redes sociais, o atleta Samuel Santos lamentou o episódio e pediu por justiça. ''Ao contrário de outros casos semelhantes, desta vez não passará impune e medidas já estão sendo tomadas para responsabilizar esse criminoso, para que sirva de exemplo. Tenho orgulho da minha raça, amo a minha cor e não irei abaixar a cabeça para racistas.”
Edição: Frédi Vasconcelos