As declarações de Lula sobre a grilagem de terras indígenas para garimpo devem servir para o próprio Lula e à direção do PT refletirem sobre o método a adotar em seus pronunciamentos daqui por diante. Lula disse em bom português:
“Se eu for presidente da República não terá garimpo em terras indígenas, é ponto pacificado. Os índios não são intrusos, estavam aqui antes dos portugueses e não temos que importuná-los (...) Temos é que dar direito para viverem dignamente e cuidar da Floresta Amazônica. Talvez seja mais importante para a humanidade preservar a Amazônia do que achar um pouco de ouro na terra indígena”.
Correto. Exprime um compromisso democrático com a população indígena e com o meio-ambiente.
Então, por que não declarar também que no seu governo não haverá Eletrobras privatizada? Isso inibiria o processo de privatização em curso pelo governo Bolsonaro neste ano. Seria claro o recado: quem comprar para tirar proveito com altas tarifas de energia elétrica sobre a população não vai levar.
Por que não declarar que a solução para a falta de fertilizantes será a retomada da produção das fábricas da Fafen?
Por que não declarar que a atual política de preços e controle dos acionistas privados - sanguessugas de Wall Street - sobre a Petrobras será interrompida para que o povo não pague preços absurdos pelo gás de cozinha, os combustíveis e os custos dos alimentos?
Certamente este diálogo de compromissos com os trabalhadores e o povo é que trará os apoios necessários para derrotar Bolsonaro e sua política e não uma profusão de notícias sobre amarrações de cúpula com as velhas raposas que não pensam senão nos dividendos que o poder lhes proporcionará.
**Este é um artigo de opinião. A visão do autor não necessariamente expressa a linha editorial do jornal Brasil de Fato.
Edição: Pedro Carrano