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A vida das mulheres pede Fora Bolsonaro

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Mulheres de todos os cantos do país levantaram bandeiras e cartazes e saíram em marcha em enfrentamento à destruição de um projeto de país que contempla nossas vidas. - Joka Madruga
Bolsonaro foi crucial para que a vida das mulheres tomasse um curso de rápido retrocesso

Andar sem conhecer o passado é caminhar no escuro. Jair Bolsonaro foi eleito no segundo turno das eleições de 2018. Uma derrota eleitoral, porém mais do que tudo, uma derrota temporária de um projeto social, humano e nacional.

A chegada de Bolsonaro ao poder aprofundou um processo de despolitização do debate nacional sobre o que é construir política, desqualificação das instituições e, principalmente, de assassinato a um projeto nacional que contemplava as mulheres, os pobres, as negras e negros, e as pessoas LGBTQIA+.

Bolsonaro foi crucial para que a vida das mulheres tomasse um curso de rápido retrocesso. Nesta sociedade contaminada pelo bolsonarismo, que legitima o machismo e o discurso patriarcal, a vida das mulheres tem sido atacada a todo instante.

São exemplos desse atraso o aumento da insegurança alimentar, da sobrecarga mental de trabalho, do desemprego, da violência, do medo de andar na rua, das dificuldades de conseguir moradia digna, do incentivo aos discursos que nos inferiorizam e nos colocam como categoria de mercadoria.

Esse processo começou com o golpe de 2016, que derrubou a presidenta Dilma Rousseff, e culminou na eleição do representante máximo da regalia parlamentar, da organização criminosa das milícias e da corrupção. Assim, duas vezes, o Brasil perdeu. As mulheres perderam.

Compreendendo que os discursos bolsonaristas amplificavam toda a malha das violências ainda enraizadas na nossa sociedade, milhares de mulheres saíram às ruas para levantar as vozes na recusa de um candidato que nunca escondeu seu machismo, seu preconceito de classe, seu racismo e seu despreparo.

A onda #EleNão colocou o movimento das mulheres na vanguarda da luta contra o retrocesso que representa o bolsonarismo. Mulheres de todos os cantos do país levantaram bandeiras e cartazes e saíram em marcha em enfrentamento à destruição de um projeto de país que contempla nossas vidas.

Duas vezes, o Brasil perdeu, e quem mais sofreu a carga destas sucessivas derrotas foram as mulheres, pois o machismo e o patriarcado atribuíram exclusivamente a nós tarefas como as de cuidado e um lugar de invisibilidade, sobrecarga e culpa.

Agora, em 2022, o passado ecoa no canto que escreve o futuro do país.  Neste ano, de uma vez por todas, vamos recuperar o rumo democrático do nosso país. Mais do que nunca, a voz dos que irão derrubar Bolsonaro irá partir dos que já estão construindo e articulando a luta antirracista, antimachista e antifascista pelas entrelinhas da história.

Neste 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, as mulheres feministas estarão mais uma vez nas ruas para gritar “Bolsonaro Nunca Mais!” e fazer lembrar as tantas outras que se levantaram há quase quatro anos, no passado, mas com olhos atentos ao futuro.

 

No passado, duas vezes o Brasil perdeu. E é por essas duas vezes que projetamos nossos olhos para o futuro e por ele gritaremos: Pela Vida das Mulheres, Bolsonaro Nunca Mais!

Edição: Pedro Carrano