As Casas da Leitura da Fundação Cultural de Curitiba programaram atividades especiais relacionadas ao Dia Internacional da Mulher (8 de março), que se estendem durante o mês. Entre as atividades, todas gratuitas, estão leituras compartilhadas e bate-papos sobre autoras da literatura brasileira e internacional, como a estadunidense Ursula Le Guin, e rodas de leitura sobre canções interpretadas pela cantora Elza Soares.
O conto "Aqueles que Abandonam Omela", de Ursula Le Guin, será tema da atividade que a mediadora Daniele Rosa levará para as Casas da Leitura Maria Nicolas (no bairro Santa Felicidade) e Dario Vellozo (no Bacacheri). É dirigida ao público juvenil e adulto, com a proposta de apresentar a obra da escritora, que é uma das principais referências da literatura de ficção científica e fantasia.
Le Guin, que faleceu em 2018, aos 89 anos, publicou mais de 100 obras, entre romances, contos, ensaios e poemas. Ficou conhecida por ambientar suas histórias em mundos alternativos e abordar assuntos complexos, como política, religião, filosofia, sexualidade e gênero.
O conto escolhido para a leitura foi publicado no começo da década de 1970 e ganhou o prêmio literário Hugo. A história se passa em uma cidade utópica, sem classes, que se molda às noções de felicidade e liberdade de cada um dos seus habitantes.
Do planeta fome aos palcos da vida
As canções interpretadas pela cantora Elza Soares, que morreu aos 91 anos, em janeiro deste ano, estarão na roda de leitura comandada pelo mediador Francisco Lobo, nas Casas da Leitura Miguel de Cervantes (localizada na Praça da Espanha, Bigorrilho) e Casa Kozák (Uberaba).
“Esta é uma roda de leitura multilinguagem, em que promovemos o diálogo entre a literatura e a música”, explica o mediador.
O tema da roda de leitura, Do Planeta Fome aos Palcos da Vida, faz referência a um episódio marcante da vida da artista, que no início da carreira, ao se apresentar num programa de rádio, foi questionada por Ary Barroso sobre sua aparência: "De que planeta você veio?", perguntou ele. "Do planeta fome”, respondeu Elza.
A artista, que venceu as barreiras do preconceito, por ser mulher, negra e pobre, nascida numa favela do Rio de Janeiro, tornou-se uma das maiores intérpretes do Brasil e um símbolo do empoderamento feminino e do antirracismo.
Na roda de leitura, sua trajetória será debatida a partir de músicas como A Mulher do Fim do Mundo (composição de Alice Coutinho e Rômulo Froes), Negão Negra (de Gabriel Moura e Flávio Renegado) e Comportamento Geral (de Gonzaguinha).
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Edição: Lia Bianchini