Paraná

Pandemia

Estudo do Inpa recomenda aulas presenciais em Curitiba só em março

Relatório aponta para piora da pandemia nos próximos dois meses

Curitiba (PR) |
Somente 20% do público de 5 a 11 anos foi vacinado na cidade - Foto: Giorgia Prates

A nova onda da pandemia, que ocorreu janeiro, trouxe o aumento de casos e o crescimento de internações pediátricas. Com o início das aulas presenciais, a preocupação é que a situação piore.

Para que o retorno seja seguro, o Sindicato do Magistério Municipal de Curitiba (Sismmac) solicitou às secretarias de Educação e Saúde a avaliação de relatório produzido por pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que recomendou que as escolas municipais adiassem o retorno das aulas presenciais para março, devido à tendência de piora nos índices da pandemia na cidade.

Nesse estudo, os pesquisadores utilizaram um modelo que considera a mobilidade urbana para calcular o isolamento social e a progressão das vacinas em Curitiba. O resultado aponta para a manutenção dos indicadores da pandemia com iminente recrudescimento frente ao aumento da mobilidade urbana no mês de fevereiro para o município de Curitiba, apesar dos índices de vacinação. Mediante novas flexibilizações e aumento da mobilidade urbana, tende a ocorrer novo aumento do número de casos, podendo também impactar na média de óbitos.

Segundo o documento, “a literatura científica aponta que ignorar as medidas restritivas indicadas tende a propiciar novos aumentos de casos. Destaca-se como exemplo das consequências de ignorar as projeções, a segunda onda de Covid-19 vivenciada em Manaus (AM), desencadeada após o retorno às aulas presenciais à época da Variante Gama.”

O relatório recomenda que o retorno às aulas presenciais ou híbridas deveria ocorrer com cautela e de forma escalonada, e o retorno 100% presencial ser postergado para o mês março, mediante acompanhamento da situação epidemiológica e condicionado ao retorno escalonado dos alunos conforme a progressão da vacinação na faixa etária.

O sindicato também solicitou que a Prefeitura de Curitiba revisasse seus protocolos sanitários, garantindo mais segurança para a comunidade escolar e que realizasse campanha mais incisiva junto às famílias estimulando a vacinação infantil. Em Curitiba, até o fechamento desta matéria, somente 20% do público de 5 a 11 anos foi vacinado.

Resposta da Secretaria da Educação

A reportagem do Brasil de Fato Paraná entrou em contato com a Secretaria Municipal de Educação, pedindo um posicionamento o oficial. Em nota, a secretaria informou o seguinte:

"A volta às aulas na rede municipal de Curitiba será 100% presencial, com possibilidade de atividades pedagógicas remotas para casos de comorbidade ou necessidade de isolamento. Para os professores já foi disponibilizada a dose de reforço e a vacinação das crianças está sendo ampliada por faixa etária."

Edição: Frédi Vasconcelos e Lia Bianchini