Os diretores do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios das regiões de Foz do Iguaçu, Cascavel, Ponta Grossa e Guarapuava realizaram no dia 22 de dezembro assembleias nas cidades de Barracão, Cascavel, Dois Vizinhos, Nova Laranjeiras, Nova Prata, Santo Antônio do Sudoeste além de assembleia virtual, onde foi decidida a decretação de estado de greve por tempo indeterminado, e uma possível paralisação caso não adotadas pela Superintendência dos Correios no Paraná as ações necessárias para garantir a prestação adequada de serviços à população e respeitados os direitos dos trabalhadores.
Os Correios do Paraná têm adotado no interior do nosso estado uma série de medidas que prejudicam as populações das menores cidades, suprimindo e deslocando efetivos, reduzindo horários de atendimento, e serviços prestados, mesmo aqueles previstos em suas páginas de divulgação e nos manuais que estabelecem tais operações.
Em algumas cidades onde os clientes têm direito à distribuição domiciliária – porta a porta – esse serviço só ocorre em alguns dias da semana e, sem consulta aos clientes, esses produtos são direcionados para a retirada nas agências.
Essa prática dificulta que a população que pagou pelo recebimento em suas casas obtenha as indenizações a que fazem jus, muitas vezes, por desconhecerem esse direito.
Os trabalhadores dos Correios relatam que vêm sofrendo ameaças, coações e assédio dos gestores para que executem atribuições e assumam responsabilidades para as quais não foram capacitados, que não fazem parte das atribuições de seus cargos e que podem inclusive ensejar responsabilizações administrativas, judiciais e pecuniárias.
São muitos os casos de veículos inadequados para o descarregamento de encomendas cada vez maior, e é comum na região que a população veja contêineres sendo descarregados no braço, um risco aos trabalhadores e pedestres que transitam pelas calçadas.
Nas agências e unidades de distribuição, com a chegada do verão, a população sofre com a falta de climatização adequada e trabalhadores são submetidos a mais esse suplício sem que haja qualquer sinalização de que sejam solucionados esses problemas que contrastam com a pujança de uma empresa de lucros bilionários.
Esses eventos, em especial as perseguições e arbitrariedades, são consequência do loteamento dos postos de direção da empresa em todos os níveis por apoiadores ideológicos, da gestão militarizada dos Correios e do incentivo do governo Bolsonaro para que sindicatos e trabalhadores organizados sejam alvo de ações de intimidação, abrindo caminho para a precarização do trabalho e sucateamento da empresa, com reflexos diretos no Paraná.
Mesmo após inúmeras tentativas de negociar soluções com a gestão comercial, operacional e de relações de trabalho da Superintendência do Paraná, as diretorias do sindicato da categoria das regiões se viram forçadas a decretar estado de greve, e caso esses problemas permaneçam é provável que ocorra uma greve por tempo indeterminado, cujo principal objetivo é preservar os interesses da população, condições mínimas de trabalho e o fim das ameaças e perseguições que tem se tornado comuns na região sem qualquer ação para sejam interrompidas.
Edição: Pedro Carrano