EM BRASÍLIA

Oposição exibe filme "Marighella" na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira

Comissão de Legislação Participativa terá sessão e debate sobre a obra dirigida por Wagner Moura

Brasil de Fato | Brasília (DF) |
Seu Jorge, que interpreta o protagonista, e o diretor Wagner Moura no set de "Marighella" - Divulgação

A Comissão de Legislação Participativa da Câmara dos Deputados exibirá para convidados nesta quarta-feira (8), às 14h30, no auditório Nereu Ramos, o filme Marighella, dirigido por Wagner Moura. Após a sessão, terá início uma audiência, aberta ao público, para debater o longa-metragem.

Participarão da discussão a atriz e neta de Carlos Marighella, Maria Fernandes Marighella, e o ator Luiz Carlos Vasconcelos Costa.

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O deputado Glauber Braga (Psol-RJ), que solicitou o evento, disse que a sessão será um "tributo à resistência contra a Ditadura de 1964 por meio da história imprescindível de luta de Carlos Marighella", e também uma homenagem à cultura e ao cinema nacionais.

Braga lembrou que, no dia 4 de novembro, completaram-se 52 anos do assassinato do jornalista, revolucionário comunista e ex-deputado federal Carlos Marighella, por militares ligados ao Departamento de Ordem Política e Social (Dops).


Convite de divulgação da exibição de Marighella na Câmara dos Deputados / Agência Câmara

Obstáculos à exibição

"Em que pese a relevância [da obra] para a cultura e a memória nacional de combate à ditadura empresarial-militar instaurada nos anos 1960 no Brasil, o filme, produzido ainda em 2019, sofreu obstáculos para sua exibição no país, tendo a sua estreia adiada por duas vezes diante de diligências da Agência Nacional do Cinema (Ancine)", observou o parlamentar.

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Apesar disso, completou Glauber Braga, o longa-metragem foi reconhecido em importantes mostras internacionais – tendo estreado sob aplausos no Festival de Berlim – e já é a produção nacional mais assistida do ano.

Conheça o filme

O filme conta a história de Carlos Marighella, político, escritor e guerrilheiro. Ele fez parte do Partido Comunista Brasileiro (PCB), pelo qual exerceu mandato como deputado federal, mas do qual também foi expulso por divergências ideológicas. Fundou a Aliança Libertadora Nacional (ALN). O grupo foi um dos principais da luta armada contra a ditadura.

Em 4 de novembro de 1969, Marighella foi morto num atentado por agentes do regime militar em São Paulo. De acordo com a Comissão Nacional da Verdade, ele morreu com um tiro à queima roupa dentro de uma viatura da polícia, após perseguição dentro de um cinema.

O filme começou a ser rodado no final de 2017 e foi lançado em 2019 no Festival de Cinema de Berlim. Por causa da pandemia e entraves burocráticos na Ancine (Agência Nacional do Cinema), a película estreou apenas este ano no Brasil.

Edição: Leandro Melito