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Música

Parcerias poéticas dão vida ao novo EP da banda Ímã

Segundo trabalho da banda curitibana, o Ep Furiosa Aberta será lançado nesta sexta (05)

Curitiba |
O segundo trabalho da banda curitibana é fruto de parcerias com as poetas e amigas Francisco Mallmann, Natasha Tinet e Julia Raiz, - Divulgação

No dia 5 de novembro, a banda Imã lança o EP Furiosa Aberta, com quatro músicas inéditas. O segundo trabalho da banda curitibana é fruto de parcerias com as poetas e amigas Francisco Mallmann, Natasha Tinet e Julia Raiz, e poderá ser ouvido gratuitamente nas principais plataformas de streaming e no site oficial da banda.

“Como uma banda pode sobreviver ao isolamento? Ainda temos mais perguntas do que respostas. Melhor assim”, pensa Luciano Faccini, que, dentre outras funções, é cantor, compositor e diretor artístico da ímã. “Se por um lado a pandemia forçou o mundo inteiro a reorganizar hábitos, rotinas e modos de sobrevivência, por outro, nós conseguimos reunir esforços para colocar em prática um interesse antigo de explorar processos de composição que pudessem percorrer caminhos diferentes dos tradicionais”, explica o músico.

Três poemas de poetas premiadas foram musicados. Cada integrante da ímã recebeu o desafio de musicar um trecho de cada poema e posteriormente essa profusão de ideias e intuições deu origem a uma obra original e imaginativa.

“Foram muitas e muitas versões diferentes, lotamos muitos drives e HDs com propostas, que foram criadas em pedacinhos de MP3 e Wav ao longo das semanas de trabalho, trazendo detalhes que iam surgindo e sendo testados, aplicados nas canções por cima daquilo que já constava nelas”, diz o percussionista Daniel D’Alessandro.

Furiosa Aberta

Furiosa Aberta, faixa que dá nome ao EP, é uma parceria feita a partir de um poema de Francisco Mallmann, artista e pesquisador que atua na intersecção entre poesia, dramaturgia, artes visuais, performance e crítica de arte. Ele é autor de quatro livros de poemas: Haverá festa com o que restar (Urutau, 2018, 3º lugar na categoria Poesia do Prêmio da Biblioteca Nacional, finalista do Prêmio Rio de Literatura e do Prêmio Mix Literário); língua pele áspera (7Letras, 2019); América (Urutau, 2020) e Tudo o que leva consigo um nome (Grupo Editorial Record, 2021).

Francisco Mallmann explica a relação entre a música e a fúria. “Uma das maiores belezas da música, para mim, é cantar fúria entre irmãs. É cantar fúria amando profundo. Como nossas vozes podem soprar furacões sem que o grito seja necessário. Escuto e aprendo muito sobre como as intensidades não precisam ser sinônimo de grandes alturas externas. Essa música me lembra de ser furiosa sem nunca precisar deixar de lado minha ternura. E eu creio imenso nisto.”

Edição: Ana Carolina Caldas