Além do pedido de impeachment do presidente, manifestantes que foram às ruas de várias cidades do Paraná, neste sábado, 2/10, também fizeram a defesa da democracia contra atos autoritários de Jair Bolsonaro, criticaram a omissão no combate à pandemia, a alta de preços, a política de desmatamento da Amazônia, a volta da fome e a venda de estatais. Os atos tiveram a presença de representantes de movimentos sociais, sindicatos, torcidas antifascistas e a ampliação de partidos políticos. Representantes do PT, PCdoB, Psol, PSTU, PV, Solidariedade, PSB, PDT e MDB marcaram presença.
Além do pedido por impeachment, manifestantes criticaram a atuação do governo em diversas áreas. / Giorgia Prates
Em Curitiba, cerca de 10 mil pessoas lotaram a Praça Santos Andrade, local da concentração, e saíram em passeata pelas ruas centrais da cidade. No ato político que antecedeu a caminhada, políticos fizeram uso da palavra pedindo pela unificação dos partidos na luta pelo Fora Bolsonaro e comemoraram o aumento do número de pessoas presentes em relação a atos anteriores.
"Aumento da consciência popular”
O ex-governador e ex-senador Roberto Requião disse, na manifestação, estar impressionado. “Estou impressionado com o aumento da consciência da nossa cidade pelo aumento de pessoas em cada ato. Quando pedirmos por Fora Bolsonaro, temos que entender que não é só fora ele, e sim todos os que representam esse sistema que escraviza pessoas, retira direitos dos trabalhadores e vende o patrimônio nacional. Temos que pedir pelo referendo revogatório de todos os atos deste governo”, disse.
Movimentos por moradia
Já a vereadora de Curitiba pelo PT Carol Dartora destacou a presença dos movimentos de moradia e pediu união de todos na luta. “São as pessoas que mais têm sofrido as consequências deste governo, são os movimentos por moradia. O empobrecimento causado pela política de Bolsonaro tem feito milhares de pessoas não conseguirem pagar aluguel, não conseguirem comer. Este governo é um desastre em todos os sentidos e, por isso, nossa união é cada vez mais importante”, concluiu Dartora.
Representando o MTST no ato, a militante do movimento, Barbara, disse que o Fora Bolsonaro acontece “porque só está bom para a bolsa de valores, para os grandes milionários e 'tá osso' para periferia e para todos os trabalhadores.”
Torcidas se unem no Fora Bolsonaro
As torcidas antifascistas dos clubes paranaenses se uniram e marcaram presença no ato em Curitiba e outras cidades do estado. “Estamos aqui organizados na Frente Unificada dos Torcedores antifascistas das três maiores torcidas do Paraná: Athletico, Paraná Clube e Coritiba. Todos contra o fascismo, o desgoverno, a falta de vacinas. A a gente está aqui mostrando que a rivalidade está no campo e a união acontece contra Bolsonaro”, disse Elaine, da torcida antifascista atleticana.
Além de Curitiba, em outras cidades os atos contra o governo aconteceram ao longo do dia. Em Maringá, cidade em que o presidente Jair Bolsonaro encerrou suas comemorações dos 1000 dias de governo, os manifestantes lotaram a Praça Raposo Tavares. Em Londrina, o protesto aconteceu em frente ao Teatro Ourives. Em Ponta Grossa, na Praça Barão de Guaraúna e, em Cascavel, no centro da cidade.
Os atos “Fora Bolsonaro” ocorreram em mais de 90 cidades nos 26 estados e no Distrito Federal. Todas as manifestações se destacaram pelo respeito às medidas de prevenção ao coronavírus, com uso de máscara e distanciamento social.
A omissão e a necropolítica praticadas por Bolsonaro durante a pandemia foram destaque nos cartazes dos manifestantes neste dia 02/10 / Giorgia Prates
Edição: Frédi Vasconcelos