Com o objetivo de promover debate sobre o racismo na cultura gaúcha, foram realizadas, na madrugada desta terça-feira (21), intervenções simbólicas em dois monumentos históricos localizados em Porto Alegre. Receberam intervenção a estátua de Bento Gonçalves, na Praça Piratini, e o busto de Duque de Caxias, no Parque da Redenção.
A intervenção aconteceu por ocasião do 20 de setembro, feriado estadual do Dia da Revolução Farroupilha. As estátuas foram escolhidas devido ao passado com ligação escravocrata das duas personalidades. As ações não danificaram os monumentos e foram realizados pelos coletivos "Afronte!" e "Time RB Rap".
Nas redes sociais, a divulgação da ação afirmou que, "enquanto o racismo for parte central na tradição gaúcha e os escravagistas receberem homenagens, estaremos em luta para mudar essa realidade”.
O Afronte! é um movimento político de jovens de Porto Alegre e defende que a cidade precisa parar de homenagear figuras racistas e escravagistas.
O coletivo recorda também que, ano passado, ação semelhante renomeou simbolicamente ruas da cidade, como a Avenida Bento Gonçalves e a Rua General Canabarro. As ruas foram escolhidas por trazerem o nome de duas figuras históricas com envolvimento no episódio conhecido como "Massacre de Porongos", onde as tropas de Lanceiros Negros foram desarmadas e entregues propositalmente para a morte.
Confira as fotos da ação
Com os dizeres "O racismo não pode mais ser tradição", intervenção buscou recordar o histórico escravocrata de lideranças históricas gaúchas / Reprodução
Estátua de Bento Gonçalves na Avenida João Pessoa foi alvo de intervenção que recorda o papel do povo negro na história gaúcha / Reprodução
:: Clique aqui para receber notícias do Brasil de Fato RS no seu Whatsapp ::
SEJA UM AMIGO DO BRASIL DE FATO RS
Você já percebeu que o Brasil de Fato RS disponibiliza todas as notícias gratuitamente? Não cobramos nenhum tipo de assinatura de nossos leitores, pois compreendemos que a democratização dos meios de comunicação é fundamental para uma sociedade mais justa.
Precisamos do seu apoio para seguir adiante com o debate de ideias, clique aqui e contribua.
Edição: Marcelo Ferreira