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Artigo | Comunidade do IFPR rejeita divisão da instituição, proposta pelo governo federal

Mesmo com toda a rapidez com que o processo foi conduzido, diante dos enormes riscos de fragmentar a instituição

Curitiba (PR) |
 Isso demonstra que, no geral, servidores e estudantes do IFPR entendem os riscos de aumentar gastos, justamente quando o governo federal vem cortando as verbas destinadas à educação.
Isso demonstra que, no geral, servidores e estudantes do IFPR entendem os riscos de aumentar gastos, justamente quando o governo federal vem cortando as verbas destinadas à educação. - Vitor Cambuy/ Grêmio da Liberdade Estudantil

Nos últimos dias, uma proposta do Ministério da Educação (MEC) agitou as discussões dentro do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Paraná (IFPR). A proposta se propagou como a "criação" de 10 novos Institutos Federais e foi denominada pelo MEC de reordenamento.

Na prática, contudo, trata-se apenas da divisão dos atuais institutos em dois ou mais, constituindo novas reitorias. Não há a menção de nenhuma forma de ampliação da Rede Federal, de investimentos para contratação de pessoal por concursos públicos ou de ampliação vagas e abertura de novos cursos.
Diante da grande polêmica gerada pela intenção do MEC, a reitoria do IFPR lançou uma consulta pública destinada aos/às docentes, técnicos/as administrativos e estudantes.

O link da consulta ficou aberto do dia 10 ao dia 14 de setembro e não houve tempo hábil para discutir com toda a comunidade acadêmica os pontos positivos e negativos da divisão da instituição.

Mesmo com toda a rapidez com que o processo foi conduzido, diante dos enormes riscos de fragmentar a instituição nesse momento, sem investimentos reais e com gasto adicional estimado em 8 milhões de reais para uma nova reitoria, o resultado da consulta pública mostrou que a comunidade do IFPR é contrária à divisão.

Do total de votos recebidos, cerca de 63% votaram negativamente. Isso demonstra que, no geral, servidores e estudantes do IFPR entendem os riscos de aumentar gastos, justamente quando o governo federal vem cortando as verbas destinadas à educação.

A fragmentação do IFPR, apenas para atender a objetivos político-eleitorais, não encontra espaço em sua comunidade. Resta agora o Conselho Superior do IFPR (Consup), que é o órgão consultivo e deliberativo máximo, referendar a vontade da maioria. Espera-se que a natureza democrática dos Institutos Federais prevaleça!

Edição: Pedro Carrano