Hoje, quando o mundo vive uma crise climática, fica cada vez mais nítido que a Amazônia tem importância fundamental para a saúde humana, assim como para a economia do planeta. Os povos tradicionais, indígenas, ribeirinhos, as comunidades quilombolas sabem disso e estão mobilizados para protegê-la.
É por toda essa magnitude amazônica que se deve exigir desse desgoverno federal o fortalecimento dos órgãos ambientais e a aplicação das leis de fiscalização. Ao mesmo tempo, denunciar o descaso e irresponsabilidade com que o tema vem sendo tratado.
Mas não é isso que estamos vendo. Levantamento do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) constatou que no acumulado de agosto de 2020 até junho deste ano, foi registrado na Amazônia Legal a maior devastação para o período em dez anos.
Segundo a pesquisa de agosto de 2020 a julho de 2021, período conhecido como o “calendário do desmatamento”, o bioma viu 10.476 km² de floresta serem destruídos, área que equivale a nove vezes a cidade do Rio de Janeiro.
Esse acumulado é 57% superior ao desmatamento registrado no calendário anterior, de agosto de 2019 a julho de 2020. Os dados da pesquisa constatam o que convivemos no dia a dia na Amazônia.
Com solo enfraquecido pelas queimadas, que posteriormente servem para criação de grandes áreas de pastagens, a grilagem das terras indígenas cresce assustadoramente, colocando essas populações amazônicas em situação de vulnerabilidade já que não têm mais como viver da agricultura de subsistência, exercitar suas crenças religiosas e saberes, repassar e exercitar os conhecimentos sobre a fauna e flora da floresta, como povos da Amazônia.
É um grande desafio defender a Amazônia da destruição causada pelo agronegócio de capitalistas nacionais e internacionais, de empresas mineradoras e dos desmandos do genocida Bolsonaro.
Edição: Pedro Carrano