Paraná

Edição 227

Editorial | O perigoso desespero de Bolsonaro

A burguesia e setores do centro e da direita se mostram esfacelados, com segmentos significativos desistindo da ruptura

Curitiba (PR) |
Enquanto a popularidade e a viabilidade eleitoral do mandatário despencam, o bolsonarismo aposta na trincheira do autoritarismo para sobreviver - Giorgia Prates

Bolsonaro mobiliza sua combalida tropa para comparecer às ruas no dia 7 de setembro. Se hoje não há forças suficientes para mover tanques capazes de gerar um golpe como o de 1964, o clima golpista instalado no país já cumpre parte dos objetivos bolsonaristas.

Sucessivas declarações golpistas, do presidente e de seus apoiadores, inundam as redes sociais e a imprensa na tentativa de instaurar um clima de ruptura. Mas a burguesia e setores do centro e da direita se mostram esfacelados, com segmentos significativos desistindo da ruptura institucional. O desastre político em que se encontra o país e a inabilidade de aplicação das políticas liberais prometidas por Bolsonaro são alguns dos motivos que não permitem a adesão massiva ao golpe.

Enquanto o Brasil afunda em desemprego, fome, carestia e desmatamento, o presidente tenta driblar a pauta do dia com declarações autoritárias. Enquanto o país assiste, assustado, à CPI que escancara a incompetência, o negacionismo e as falcatruas do governo, Bolsonaro tenta reverter a agenda negativa colocando fogo na crise institucional. Enquanto a popularidade e a viabilidade eleitoral do mandatário despencam, o bolsonarismo aposta na trincheira do autoritarismo para sobreviver.

Edição: Pedro Carrano