Antes cobertos por rios e lagos, 3,1 mil hectares do Paraná secaram de 2016 para cá. É a maior e mais persistente redução no tamanho dos corpos hídricos do estado desde o início da série histórica, em 1985, conforme relatório publicado neste mês pelo MapBiomas Brasil. O projeto é resultado da parceria de uma rede colaborativa de cientistas com o Google Earth Engine.
Desde os anos 1980, houve aumento na área dos rios e lagos década após década. No ano de 1990, eram 327 mil hectares. Em 2000, subiu para 350 mil hectares e, em 2010, 355 mil hectares. Até 2016, inclusive, o aumento da área dos corpos d’água prosseguia, atingindo o recorde naquele ano, com 362 mil hectares.
Nas décadas anteriores, houve variações na área dos corpos hídricos, mas a tendência clara era de aumento, nunca de diminuição. Só que de 2016 para cá, as reduções foram sucessivas: caiu em 2017 (361 mil hectares), em 2018 (360 mil hectares) e, mais abruptamente, em 2019 (358 mil hectares).
Convertendo a perda de área, significa dizer que 31,4 quilômetros quadrados não estão mais cobertos por água no Paraná – ou, numa conta simples, o equivalente a 3.810 campos de futebol profissional. Os dados disponibilizados pelo MapBiomas Brasil podem ser consultados por município, bioma e bacia hidrográfica, por exemplo.
É assim que sabemos que, na região de Mata Atlântica, os rios e lagos regrediram ao patamar de 2012. E Curitiba, em 2019 com 661 hectares de rios e lagos, já teve 751 hectares de corpos d´água em 2006 – uma perda de 12% no período.
Na formação do estudo, foram analisados 36 anos de imagens dos satélites Landsat 5, 7 e 8 (confira a metodologia). A base de dados também disponibiliza informações sobre mineração, agricultura, pastagem e florestas naturais.
Conteúdo republicado do portal Livre.jor
Edição: Lia Bianchini