Paraná

EDITORIAL 226 PARANÁ

EDITORIAL. Um balão de ensaio golpista

O 7 de setembro se aproxima. Bolsonaro e seus seguidores balançam a bandeira do golpismo

Curitiba (PR) |
Bolsonaro simplesmente atira o país na falta de rumo e de projetos - Giorgia Prates

O 7 de setembro se aproxima. A um ano do bicentenário da independência do Brasil, que coincidirá com as eleições presidenciais, o país assiste aos acenos golpistas de Bolsonaro. O método do presidente oscila entre o cômico e o amedrontador. Põe tanques sucateados na rua, ao mesmo tempo que parece ter apoio – no mínimo tácito – das Forças Armadas.
Como diria o filósofo, as coisas importantes na História ocorrem duas vezes, primeiro como tragédia, depois como farsa. O golpe de 1964 instaurou a barbárie entre nós: retirada de direitos, perseguições, prisões, torturas. Agora, Bolsonaro e seus seguidores balançam a bandeira do golpismo para seguirem úteis ao neoliberalismo mais prejudicial contra os trabalhadores. Caso contrário, já teriam sido descartados pela burguesia brasileira.
De todo modo, o que se vê são as forças mais retrógradas apoiando o presidente farsesco. Militares da reserva, alguns agrupamentos de policiais militares, religiosos carismáticos e neopentecostais e até artistas ultraconservadores unem-se a políticos fisiológicos do Congresso para barrar o impeachment e acelerar nossas crises social, econômica e política.
Apenas a superação do bolsonarismo trará ao Brasil motivos para comemorar o 7 de setembro, para além de seu balão de ensaio golpista.

Edição: Pedro Carrano