Rio Grande do Sul

Saúde Pública

São Leopoldo ameaça cortar água do presídio em Sapucaia se estado retirar verbas de hospital

Prefeito diz que acordo de colocar rede no local será descumprido pelo governo estadual caso recursos sejam cortados

Brasil de Fato | Porto Alegre |
Ary Vanazzi fez o anúncio em reunião da Granpal - Assessoria Granpal

Em reação às medidas anunciadas pelo governo do estado, que retiram verbas dos hospitais públicos para repassar aos filantrópicos, o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi (PT), ameaça cortar a água do presídio estadual localizado em Sapucaia, que é fornecida pelo Semae, autarquia da prefeitura de São Leopoldo. Na manhã de quinta-feira (19), ele participou da assembleia geral ordinária da Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre (Granpal), onde fez o anuncio. 

Um dos temas mais polêmicos que tem tomado a atenção dos prefeitos é o recente programa Assistir, apresentado pelo governo de Eduardo Leite (PSDB). Definido através de portaria, promove uma redistribuição de recursos públicos a hospitais contratualizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Vanazzi fez uma fala dura contra o programa e sugeriu inclusive a judicialização, por parte da entidade, contra a proposta que retira mais de R$ 36 milhões anuais dos hospitais do Rio Grande do Sul. O prefeito leopoldense também anunciou que a água instalada no presídio estadual em Sapucaia será cortada pelo Semae.

"Nós já dissemos que não temos nada contra investimentos em hospitais filantrópicos, mas não admitimos que sejam retirados recursos dos hospitais públicos. É vestir um santo deixando outro desnudo. Todos os hospitais precisam de mais verbas, e não de realocação", disse o prefeito.

Sobre a questão da água do presídio, Vanazzi lembra que a prefeitura de São Leopoldo fez um acordo com o governo estadual, de implantar a rede no local em troca de verba mensal, de R$ 500 mil, para o Hospital Centenário. "Se este programa for mesmo implementado no mês de setembro, vamos desligar a água. O acordo foi descumprido pelo governador e não por nós."

Para o prefeito, a população de São Leopoldo não será prejudicada pelo atendimento no Hospital Centenário, que sempre foi garantido, mesmo sem ajuda estadual. Mas sim por dificuldades que terão hospitais de outros municípios da região, especializados em determinadas áreas médicas, como traumatologia, neurologia, entre outras, e que atendem moradores leopoldenses. "O programa que estou chamando de Desassistir é um absurdo e tira 4,7% de recursos de hospitais de todo o estado", critica o prefeito.

* Com assessoria de imprensa da Prefeitura de São Leopoldo


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Edição: Marcelo Ferreira