Paraná

EDITORIAL 225 PARANÁ

EDITORIAL. Os EUA e os 20 anos de agressões contra os povos

A irresponsabilidade dos EUA em invadir um país e depois deixá-lo em piores condições é revoltante

Londrina (PR) |
No domingo (15), avião militar dos EUA decolou com 640 durante caos no aeroporto de Cabul; aeronave normalmente leva 100 pessoas a bordo - CAPT. CHRIS HERBERT / US AIRFORCE / AFP

Presenciamos nesta semana a retomada do poder pelo Talibã no Afeganistão, após os EUA anunciarem o fim da intervenção que durou 20 anos. Arrastada por quatro presidentes, coube a Biden encerrar a intervenção que começou em 2001 com a falsa promessa de levar paz e democracia para o povo Afegão.

A irresponsabilidade dos EUA em invadir um país e depois deixá-lo em piores condições é revoltante. O Talibã é uma organização religiosa sunita presente no país e no Paquistão. Este grupo foi treinado e armado pelas forças estadunidenses com objetivo de desestabilizar a Revolução Saur (1978), o que resultou numa Guerra Civil.

Agora presenciamos o resultado da hipocrisia dos EUA: o povo afegão se encontra mergulhado em caos, sobretudo mulheres e crianças, que fogem sem encontrar uma política de refúgio que lhes garantam meios para sobreviver. Neste complexo cenário, surgem ataques, na opinião pública, contra a China e a Rússia, que tendem a atuar na lacuna deixada pelos EUA e pela Organização do Tratato do Atlântico Norte (OTAN).

A verdade histórica, porém, é a derrota do programa intervencionista estadunidense, que já vitimou os povos do Iraque, Líbia, Síria, Sudão, Haiti, Honduras, entre outros. A nossa crítica ao chamado Imperialismo segue atual. São os povos que devem decidir o próprio destino.

 

Edição: Pedro Carrano