LGBTFOBIA

Em Niterói (RJ), vereador acusado de homofobia é afastado por 60 dias pelo PSOL

Militante da luta pelo direito à moradia nas cidades, professora da UFF Regina Bienenstein assume a vaga

Brasil de Fato | Rio de Janeiro (RJ) |

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Verônica Lima
Após a agressão, Verônica Lima registrou ocorrência na polícia contra o vereador do Psol - Divulgação

O Psol afastou do exercício do mandato na Câmara Municipal de Niterói (RJ) o vereador Paulo Eduardo Gomes por um período de 60 dias. No início de julho, Gomes foi acusado de cometer ato de machismo e lesbofobia contra a vereadora Verônica Lima (PT) durante uma reunião dentro da Casa Legislativa.

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Na época, a vereadora relatou o caso minutos depois no Plenário da Câmara e nas redes sociais. Segundo Verônica, durante uma discussão, Paulo Eduardo disse que se ela queria "ser homem", ia então tratá-la "como homem". A vereadora afirmou que Gomes tentou constrangê-la por sua orientação sexual.

Nesta segunda-feira (2), Verônica escreveu nas redes sociais que "lesbofóbicos não passarão". Ela disse também que violência política de gênero é um problema grave que precisa ser enfrentado. "Precisamos construir medidas efetivas para que os casos não se repitam e as mulheres parlamentares exerçam seus mandatos em paz. Exigimos justiça!".

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Em entrevista à TV Globo, a vereadora do PT questionou a sanção do Psol a Paulo Eduardo Gomes. Segundo ela, "dois meses de cursinho" para um vereador com tal idade e experiência política não são suficientes. Gomes passará por alguns cursos sobre racismo, machismo e homofobia.

Também nesta segunda-feira (2), dia que marca o retorno da Câmara Municipal de Niterói aos trabalhos legislativos, Regina Bienenstein assumiu a vaga de Gomes como suplente para exercer o cargo de vereadora. Regina é professora da Escola de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) e uma de suas principais pautas é o direito à moradia na cidade.

Em nota, Paulo Eduardo admite que cometeu um erro e que pediu desculpas à vereadora e no Plenário da Câmara após o fato. Ele disse que concorda com a deliberação partidária que aplicou como penalidade a sanção de 60 dias, além da entrega da liderança da bancada na Casa.

"Esse tem sido um período de formação e reflexão para reforçar a autocrítica e voltar às atividades no parlamento seguindo nosso compromisso com as lutas da cidade, com a defesa do SUS, em defesa dos trabalhadores e ao lado de todos os movimentos sociais", afirma o vereador do Psol.

* Matéria atualizada às 14h47 do dia 03/08/2021

Fonte: BdF Rio de Janeiro

Edição: Eduardo Miranda