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Julho das pretas: mulheres negras pela libertação

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"É para que as mulheres negras alcancem sua libertação, que os caminhos da juventude negra se estendam às universidades e não se encerrem tão precocemente pela violência", foto: - Giorgia Prates
A luta das mulheres negras perpassa o fim do genocídio contra o nosso povo

Neste mês, inauguramos uma data que, apesar de ainda se manifestar muito timidamente no cenário político brasileiro, representa um sopro na luta antirracista e pela vida das mulheres negras: o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, e o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra.

Lélia Gonzalez nos diz que “Ao reivindicar nossa diferença enquanto mulheres negras, enquanto amefricanas, sabemos bem o quanto trazemos em nós as marcas da exploração econômica e da subordinação racial e sexual”. Quando afirmamos que mulheres negras são atingidas pela violência e pela discriminação de forma multiplicada, estamos falando justamente de processos do colonialismo patriarcal que tornam nós, mulheres negras, subalternas ao machismo, racismo e à violência que acomete o povo negro.

O Julho das Pretas é um mês onde podemos discutir as fissuras das desigualdades social e de raça do Brasil pela perspectiva de pessoas que estiveram à margem desde a fundação do país, mas que mesmo assim são figuras tão indispensáveis para ultrapassarmos as barreiras sociais que nos impedem de valorizarmos e garantir a liberdade para as vidas negras.

A luta das mulheres negras perpassa o fim do genocídio contra o nosso povo e uma luta constante para que findem-se as estruturas violentas que nos mantém em situação de subordinação. É para que as mulheres negras alcancem sua libertação, que os caminhos da juventude negra se estendam às universidades e não se encerrem tão precocemente pela violência, e para que o povo brasileiro como um todo possa atingir uma real e efetiva democracia, com igualdade e dignidade para todas e todos e com políticas sociais que nos permitam garantir a equidade racial e de gênero.

 

 

Edição: Pedro Carrano