Paraná

Edição 219

Editorial | A “espiada” da CIA sobre o Brasil e a América Latina

A presença de Burns no Brasil gera dúvidas sobre o significado deste fato geopolítico

Curitiba (PR) |
Os territórios do Brasil e da Colômbia são pontos de apoio estratégicos do poder imperialista dos EUA sobre as nações da América Latina - POOL / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Getty Images via AFP

Os escândalos de incompetência e corrupção no enfrentamento à covid-19 têm aprofundado os abalos ao governo Bolsonaro. Em meio à crise política, William J. Burns, diretor chefe da CIA veio ao Brasil após passagem pela Colômbia. Sem divulgação dos assuntos tratados, reuniu-se com o alto escalão militar-ministerial do governo: Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Walter Braga Netto (Defesa) e Luiz Eduardo Ramos (Casa Civil).

No misterioso encontro, esteve presente também Alexandre Ramagem, interventor de Bolsonaro na Agência Brasileira de Inteligência, que caracterizou o encontro como uma visita “simbólica”.

A presença de Burns no Brasil gera dúvidas sobre o significado deste fato geopolítico, sobretudo se consideradas as pesquisas eleitorais que indicam a vitória de Lula em 2022, as recentes vitórias de partidos de esquerda no Peru e na Bolívia, além da instauração da Assembleia Constituinte no Chile, presidida pela professora indígena mapuche Elisa Antileo.

Os territórios do Brasil e da Colômbia são pontos de apoio estratégicos do poder imperialista dos EUA sobre as nações da América Latina. E agora esta visita, recepcionada por um governo alinhado aos interesses estadunidenses.

O que a CIA anda novamente espiando por aqui?

Edição: Pedro Carrano